Reflecti bastante sobre este assunto, nomeadamente sobre que candidato apoiar depois de ter elaborado um
perfil, em que repito se enquadrava qualquer um, tenho diante de mim as várias possibilidades de pré-candidaturas anunciadas.
Antes de passar ao concreto diga-se de passagem que estas eleições, tem para mim uma importância marginal em termos ideológicos, tal como as legislativas, representam algo em que não me revejo, não só na sua acepção nacional como nas funções que exercem que me parecem manter o “
status quo” enquistado de um significado com existência politica, a nação, que é o “
objecto de trabalho político” ou “
significado ideológico” presente que se tornou central e incontornável do nosso tempo. O desprezo que nutro por esse objecto ou significado, tem a ver com o facto do mesmo levantar mais barreiras e problemas do que soluções, que serve, e serviu, para manter egoísmos e a descredibilização crescente na democracia e a não resolução, por parte dos poderes instituídos da mesma (mesmo que tenham boa vontade), de forma humana e fraterna dos principais problemas que a humanidade (e os cidadãos políticos livres que a compõem) enferma, não só por limitações de espaço e impacto das politicas realizadas mas também porque não se pode hoje em dia resolver problemas com base em fronteiras limitadas sem se ter em conta que a Terra é Pátria e é Gaia e a humanidade é um todo sem raças (pois estas atribuímos nós ficticiamente aos animais irracionais) mas com diferentes modos de crença e vivências culturais distintas.
O Tabu pariu um rato...
Esta é a expressão que poderei utilizar para o candidato que apareceu como o D. Sebastião dos actuais média, o Salvador que irá vingar a Direita das derrotas humilhantes sofridas nos últimos tempos.
Nunca conseguirei sentir hepatia por
Aníbal Cavaco Silva, faz-me recordar tempos em que o autismo e a arrogância eram lei, onde ao poder absoluto se associou uma classe chupista de apaniguados políticos, em que se secava tudo á sua volta com teorias do milagre económico e social, que nunca vi e em que uma geração inteira foi reconduzida ao epíteto de "
rasca" por contestar medidas de avaliação injustas e reivindicar mais qualidade para os estabelecimentos de ensino que frequentavam.
O "Homem do Tabu" irá ter problemas fortes com a mediatização e popularização da campanha, pois não se pode transformar uma pessoa hirta e antipática num fenómeno generalizado de aceitação popular, nem mesmo com os impérios da Impresa e da Média Capital por detrás, o primeiro por interesses comuns partidários o segundo por este ser da "Opus Dei" (assunto de que falarei num post mais á frente).
A esquerda partidária...
Começando por
Jerónimo de Sousa, por principio e por saber com o que posso contar, nunca apoiaria alguém que pertence á direita da esquerda, quem defende uma ideia centralizadora de poder e de forma continuada preconiza ataques sistemáticos a toda a esquerda, pois se arroga (arrogam) o direito de ser os únicos de esquerda, quando na realidade são os únicos fascistas de esquerda,
por ser contra o fascismo, nunca apoiaria um candidato que o defende, mesmo que só ideologicamente.
Francisco Louça, alguém que se candidata em nome e por causas fracturantes e bandeiras já conhecidas, tem um ligeiro problema com a ideia da União Europeia (como aliás o anterior também tem), ter um Presidente que é "Euro desconfiado" é para mim um contra-senso, aliás nunca percebi essa posição do Bloco de Esquerda e continuo sem a perceber, por esse motivo dispenso o modismo de lhes dar o meu voto e por arrasto a este o meu apoio.
Ambos os candidatos atrás referenciados aparecem claramente com os seus partidos e militantes e simpatizantes, na sua esmagadora maioria unidos aos mesmos, pelo que não só deturpam o espirito das candidaturas presidenciais, como não percebo como é que o Tribunal Constitucional pode aprovar, tais candidaturas e candidatos que referiram várias vezes, em vários órgãos de comunicação social, que não foram estes que decidiram avançar, mas que foram os órgãos dos seus partidos que o decidiram por estes.
Entre o Socialismo e a Social-Democracia...
Na área Socialista (efectivamente socialista e não marxista-leninista ou de marxismo multicolor) surgiu Manuel Alegre, o poeta será com certeza uma boa novidade, tentará "levar a imaginação ao poder" veremos se o deixarão? Embora nutre simpatia por este, nunca o apoiaria, por uma razão, a de que me separa deste e da sua ideia de "Pátria", bem como do "patriotismo" a que este tanto se refere até á exaustão, esse nacionalismo de esquerda, que muitos julgam saudável, mas que para mim não passa de um egoísmo encapotado igual ao da direita ou da extrema-direita, a ideia de "Pátria" (como a de nação Portuguesa) trouxe-nos até aqui e não acredito que, ao cavarmos uma trincheira mais funda atrás desta sejamos capaz de evoluir para uma coisa melhor. O que me afasta de Manuel Alegre, poderia juntar-me a Mário Soares, que felizmente não tem essas teias de aranha, é um Federalista Europeu convicto (embora algo mitigado em alguns aspectos) e tem ao contrário do que muitos pretendem passar, ou até pensam, uma juventude de pensamento que o faz estar á frente de qualquer ideia mais cristalizadora de uma Social-Democracia já implementada (tenha esta experiência sido nórdica ou alemã), ideologia que como este diz "se renova com a experiência", aliás é o único candidato ideologicamente realmente ao centro, com a esquerda depois do hífen. É interessante verificar que Cavaco Silva é liberal o que pressupõe que em termos ideológicos esteja nitidamente á Direita (pelo menos no quadro ideológico Europeu Continental). Mas o grande "tribuno", também não levará o meu apoio, pois falhou em duas coisas essenciais, primeiro não se mostrou capaz de se anunciar sozinho e depois esperar que o P.S. o apoiasse como seria lógico, mas fez o contrário, o que dá a ideia que concorda com a partidarização do cargo, errou e o P.S. também. Não ficou bem a este ter entrado no jogo, acho que não fui o único a referir-lhe isso, outros mais competentes e com mais ascendência sobre este o fizeram. E para além disso e em segundo lugar, Mário Soares, hipotecou o consenso á esquerda (mesmo que este fosse tardio, ou seja, só na segunda volta) ao anunciar-se com uma boa parte das estruturas políticas de topo do P.S. presentes, rejeitando um apoio do Bloco de Esquerda, será que este não tinha força para avançar sozinho? Claro que tinha! Não o fez, por isso errou. A prova que as coisas foram e continuam a ser mal conduzidas é esta parvoíce persecutória aos apoiantes de Manuel Alegre dentro das estruturas partidárias do P.S., provocando o efeito boomerang de muitos militantes socialistas, o apoiarem pois estão contra o Secretariado e a nomenclatura que o apoia. Veremos as cenas dos próximos capítulos!!!
A minha candidata...
Diante destes factos pus-me á procura de candidatos verdadeiramente independentes, ou seja, que não vivam á sombra de partidos ou de facções dentro destes (sejam ou não pesos políticos democráticos ou referencias de pensamento de cada um dos lados ideológicos), a entrevista de Manuela Magno ao Jornal de Noticias convenceu-me e decidi apoiá-la, aliás já tinha, antes de haver o anuncio destas cinco candidaturas referidas, mostrado bastante simpatia pela sua pré-candidatura, o porquê dessa simpatia, deve-se a vários motivos, entre outros o de ser independente da partidocracia dominante, o de ter um óptimo Currículo e de não ter objectivos que não sejam os de apresentar civicamente uma candidatura e com esta mostrar que a ditadura partidocrática pode ser torneada, agora só precisamos de 7.500 assinaturas.