O OUTRO LADO DA MOEDA!!!

9.30.2007

Die Zauberflote


Cartaz a anunciar a estreia

Foi em 1791 que se estreou uma das mais importantes obras de música Die Zauberflote (A flauta mágica) de Wolfgang Amadeus Mozart, o significado iniciático e imortal do libreto e da melodia são incomparáveis.

Fiquem com o Coro final do II Acto (Die Strahlen der Somme) composto por vozes masculinas e femininas que cantam a eterna união da Força, da Sabedoria e da Beleza:

Glória a vós, iniciados!

Atravessaste a noite.

Graças sejam dadas a ti, Osíris,

E a ti, Ísis!

A força venceu

e em recompensa premeia

a beleza e a sabedoria

com uma coroa eterna!

9.24.2007

A banha da cobra!!!






Não poderia deixar passar estas "belíssimas peças" de crendice popular, o ridículo quando é notório deveria ser proibido, infelizmente as nossas autoridades deixam que charlatães destes vendam a sua banha da cobra.

5 de Outubro de 2007



CONVITE
a
COMISSÃO PERMANENTE dos CENTROS ESCOLARES REPUBLICANOS convida os portugueses a comemorar mais um aniversário da Revolução de 5 de Outubro com o seguinte programa:

Dia 4 de Outubro

21:00 h

Sarau de abertura das comemorações no Teatro Villaret (Lisboa).

Dia 5 de Outubro

10:00 h

Concentração junto à estátua de António José de Almeida (Lisboa) para depositar uma coroa de flores em gesto de homenagem ao grande tribuno e fundador da Primeira República.
Concerto pela Banda da Armada no Jardim da Parada (Jardim Maria da Fonte), em Campo de Ourique (Lisboa).

10:30 h

Romagem ao Cemitério do Alto de S. João (Lisboa) para recordar e homenagear os revolucionários e os políticos da Primeira República.

11:00 h

Sessão Oficial no salão nobre da Câmara Municipal de Lisboa (Praça do Município).

13:30 h

Almoço de Confraternização na Escola de Saúde Militar (Campo de Ourique, Lisboa), antigo Quartel de Sapadores de Caminho de Ferro / Infantaria 16.
[preço: 10,00 € / pessoa]

16:30 h

Concerto pela Orquestra Ligeira do Exército no Jardim da Parada (Jardim Maria da Fonte), em Campo de Ourique (Lisboa).

Inscrições até ao dia 1 de Outubro, o mais tardar,
para o telefone : 218867603 e/ ou
para o e mail: mhelenacorrea@sapo.pt
acesso a: Carta da Comissão Permanente dos Centros Republicanos (pdf)

P.S. – Faço esta publicidade e participo nesta comemorações não porque apoie qualquer ideia de portugalidade ou de chincana patriótica ligada eventualmente a esta data mas porque ideologicamente este sistema pôs fim a uma ditadura e celebra quem contra esta lutou, ou seja, primeiro serei contra qualquer ditadura, mesmo que travestida e depois contra qualquer existência de ideia de nação ou fronteira (que é uma e a mesma coisa).

9.22.2007

Como apareceu "O Dia sem Carros"?

O World Carfree Day (mais informações na World Carfree Network), como a data é conhecida em inglês, foi inicialmente celebrado por algumas cidades europeias durante a crise do petróleo nos anos 70.
Oficialmente, o dia foi instituído em 2000, durante a Jornada Internacional "In Town Without My Car" (Na Cidade, Sem o Meu Carro), organizada pela União Européia e que reuniu cerca de 760 comunas e municípios por toda a Europa.
Desde então, a mobilização teve um crescimento constante, estima-se que em 2007, mais de 1600 cidades em todo o mundo participarão.
Na União Europeia a campanha inicial "In Town Without My Car" já é mais do que "O dia sem carros" celebrado hoje mundialmente evoluiu e transformou-se na "European Mobility Week" que é uma semana promovida em milhares de comunas e municípios europeus que se centra em vários temas ligados há mobilidade, ecologia e promoção de uma vida saudável, para além do principal, que é o uso sustentável de transportes alternativos aos veiculos de combustão (automóveis, motas, etc...)

9.20.2007

São Paulo tem espaço para os ciclistas?

Você iria de bicicleta para o trabalho? E o trânsito, a distância, a camisa suada depois de várias pedaladas... desanimou? Confira aqui o número de ciclovias existentes em São Paulo e como andam os projetos da prefeitura que realmente incentivam o uso de bicicletas.
Mas só incentivar não é suficiente: é preciso que a maior metrópole do país apresente condições para se criar uma nova cultura que respeite quem optar pela bike ao invés do carro. Se você é daqueles que gostaria de pedalar mais em São Paulo, leia os tópicos a seguir e seja otimista.
São Paulo tem menos de 30 km de ciclovias
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, a capital paulista tem 250 mil bicicletas - para mais de 10 milhões de habitantes - circulando todos os dias e menos de 30 quilômetros de ciclovias, sendo que 19 deles estão dentro de parques.
Segundo a Secretaria Municipal do Verde do Meio Ambiente, há condições para a implementação de 104 km entre ciclovia, ciclofaixas e tráfego compartilhado no município. E foi exatamente para incentivar o paulistano a usar a bicicleta e melhorar as condições para quem já a utiliza, que foi criado o Grupo Executivo Pró-Ciclista.
Este grupo reúne representantes de cinco Secretarias, e técnicos da SPTrans e da CET. A idéia é estudar o fomento do uso da bicicleta na capital paulista. De acordo com o relatório, até o Banco Mundial liberará recursos por meio de um programa destinado a combater a diminuição da poluição do ar, e um dos itens é a área de transporte não motorizado.
Em SP são realizadas cerca de 130.000 viagens de bicicleta, de acordo com dados de 2002 da pesquisa origem/destino realizada pelo Metrô, o que corresponde a um aumento de 0,6% em relação à pesquisa anterior.
Se considerada como modo de transporte complementar, ou seja, associada a outros modos de transporte, a participação da bicicleta no quadro de viagens diárias tende a aumentar significativamente. A instalação de bicicletários seguros em estações de metrô e trem, em terminais de ônibus e locais com grande fluxo de pessoas vem sendo defendida pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente desde o início de 2005. No Brasil, o Rio de Janeiro registra o maior número de vias exclusivas para bicicletas: 140 quilômetros.
Kassab construirá ciclovia na Zona Leste em 2008
Um projeto lançado pelo governador José Serra e pelo prefeito Gilberto Kassab quer incentivar o uso de bicicletas na cidade de São Paulo. O objetivo é entregar já início de 2008, aos moradores da Zona Leste, uma nova ciclovia de 12,2 km.
Ela deve ser construída paralela à Radial Leste, um dos corredores de trânsito mais importantes da cidade. Batizado de "Caminho Verde", por incluir a plantação de 1.560 árvores ao longo do trajeto, a nova ciclovia ligará as estações Corinthians-Itaquera e Tatuapé. As estações Carrão e Corinthians-Itaquera também ganharão a construção de bicicletários, serviço que já está disponível na estação Guilhermina-Vila Esperança, na linha 3.
SP: faixa para bicicletas aos domingos
Uma das sugestões publicadas pelo Movimento Nossa São Paulo é a de isolar uma faixa das principais avenidas da capital aos domingos, para que a população redescubra o prazer de pedalar na capital paulista. Edgar Werblowsky é diretor do TOI - Tour Operators Initiative for Sustainable Tourism Developoment, da UNESCO e é o autor desta idéia.
Quem tiraria proveito da faixa para bicicletas aos domingos? Os paulistanos que gostam de pedalar, os que precisam fazer exercício, pais que não vêem seus filhos durante a semana, amigos que moram a uma distancia menor que 10 km um do outro, turistas enfurnados em hotéis, executivos que precisam trabalhar aos domingos, entregadores dos McDonalds, e tantos outros.
Segundo Edgar, a inspiração da faixa exclusiva para bikes aos domingos veio de duas fontes. A primeira, das cidades européias que já criaram tíquetes de bicicleta e bolsões de bicicletas, de maneira que o cidadão possa pegar uma bicicleta num ponto estratégico de Barcelona, ao lado de um metro ou museu, por exemplo, e entregar em outro.
A segunda, do congestionamento-monstro na Adventure Sports Fair, no Ibirapuera, fazendo com que uma feliz visita à feira possa fazer o cidadão passar por um calvário de quase uma hora para estacionar.
São Paulo poderia ser um lugar melhor para se pedalar?
Pedalar sozinho pela cidade de São Paulo requer coragem, antes de qualquer outra coisa. Há pouquíssimas ciclovias, além do fato do ciclista não ter vez na "selva de pedra", na disputa cada vez mais acirrada entre motoristas e motoboys no trânsito.
A falta de vias especiais leva ciclistas a disputar espaço com carros nas avenidas e ruas da cidade. Segundo a CET, no ano passado 84 ciclistas morreram atropelados nas ruas de São Paulo, número menor do registrado em 2005: 93 vítimas.
Nadando contra esta corrente está o médico e professor da USP, Paulo Saldiva, que, há 30 anos só anda de bicicleta, e não tem carro por opção. "A infra-estrutura é horrível, sim. O caminho tem que ser totalmente diferente, você não pode usar avenidas e tem que ser absolutamente defensivo. O risco de acidentes é muito grande. Mas, hoje, eu não passo aperto nenhum por causa da atitude. Andar de bicicleta é possível mesmo numa cidade agressiva como São Paulo" diz Paulo.
Em Dourados, 93% da população vai de bicicleta até o trabalho
Se formos para cidades bem menores que São Paulo, fica fácil incentivar o uso da bicicleta no Dia Mundial Sem Carro Talvez. Dourados, por exemplo, que tem cerca de 180 mil habitantes, no Mato Grosso do Sul, é é a capital nacional das bicicletas, em proporção ao número de habitantes. Em Dourados, apenas 7% dos trabalhadores utilizam o transporte coletivo; 93% circulam de bicicleta até o trabalho de acordo com o Conselho Estadual de Trânsito.
São Paulo é uma metrópole, com mais de 10 milhões de habitantes. Depois de ler esta informação, dá para se ter uma idéia do trânsito que existe em toda metrópole. Já a capital paulista possui uma peculiaridade, que é o caos existente entre motoristas e motoboys nas ruas durante a semana. Sem contar que as linhas de metrô são poucas, se comparadas às capitais da Europa, e atendem menos de 50% dos bairros na capital. Considerando todas essas informações, andar de bicicleta em São Paulo requer coragem. Há menos de seis meses, o Metrô-SP passou a aceitar bicicletas aos finais de semana. No entanto, como tal iniciativa não completou um ano ainda, a companhia não tem nenhum relatório que mostre o movimento das bikes nos trens.
Clima urbano e bicicleta
Pesquisadores do mundo todo têm se dedicado ao estudo das alterações climáticas provocadas pelas atividades humanas. Porém, essas alterações não podem ser medidas apenas em grande escala. Muitas das atividades que fazemos no nosso dia-a-dia associada à forma como a sociedade se apropriou e organizou o espaço geográfico têm grande impacto nos climas locais.
Em São Paulo, por exemplo, em um mesmo dia e horário, podemos aferir temperaturas muito distintas em cada bairro, podendo até ser registrado 10º C de diferença entre o centro e a periferia da cidade. Por quê? Entre os vários motivos, alguns são naturais e imutáveis e outros foram desencadeados por ações humanas.
Na capital paulista, o lançamento de poluentes tem crescido 5% ao ano, principalmente por causa do aumento de automóveis na cidade. Até quando vamos poluir, até o ar ficar totalmente irrespirável?
De acordo com um estudo sobre a influência do ritmo semanal das atividades humanas no clima da região metropolitana de São Paulo , realizada no Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo, há fortes indícios de que a cidade apresenta um comportamento climático semanal que varia conforme as atividades realizadas. Atividades urbanas que se concentram nos dias úteis e diminuem durante os fins de semana e feriados (menos automóveis e atividades industriais e mais bicicletas nas ruas), mudam o clima na capital. Tal estudo não passa de teoria ainda, pois os fatores que interferem no clima são muitos, além de haver diferentes interpretações de um mesmo fenômeno. Mas de qualquer modo, que andar mais de bicicleta provoca menos impactos negativos na cidade do que usar o carro, isso não se discute.

9.18.2007

Começou a União Europeia Regional!!!

Vou deixar que trechos de um artigo de jornal intitulado "Amargas diferenças" (in EXPRESSO - 1.º Caderno, Edição 1820 de 15 de Setembro de 2007) que explica a realidade Belga actual, traduza por palavras o que se está a passar nesse país e o que poderá ser o inicio da construção de uma União Europeia Regional e não multinacional como hoje a vêmos, mesmo que não haja uma separação adia-se apenas o inevitável.
"(...) É esta última postura que as instituições europeias albergadas em Bruxelas parecem ter adoptado relativamente à mais recente crise ‘belgo-belga’. Desencadeada após as eleições em Junho, tem como pano de fundo a incapacidade de formação de um novo governo, face aos profundos desentendimentos entre as duas principais regiões, Flandres e Valónia.

Uma solução terá obrigatoriamente que passar por uma coligação multipartidária e nacional, mas as reivindicações de maior autonomia colocadas em cima da mesa pelos negociadores flamengos, onde algumas vozes defendem abertamente a independência, têm agudizado as tensões e inviabilizado um entendimento.

É desta que o casal se separa? E, caso isso aconteça, como é que as coisas se processariam ao nível da União Europeia (UE), da qual a Bélgica é membro fundador?
A Comissão Europeia opta pela discrição, pois qualquer intervenção seria “contraproducente, no momento actual”, afirmou ao Expresso uma fonte da instituição. Mas a reflexão é tentadora: “teria que se adaptar os Tratados...”, prossegue a mesma fonte, antes de se interromper abruptamente: “Não temos nenhum jurista a analisar cenários!”, pois a possibilidade “é de tal forma hipotética que não vale a pena especular”.
O assunto é tão sensível que outro diplomata europeu ouvido pelo Expresso apenas aceita referir-se-lhe “na qualidade de antigo estudante de direito internacional” para afirmar que também na instituição onde trabalha “não há nada pensado” sobre uma possível separação da Bélgica. Numa reflexão “pessoal e espontânea” nota que seria preciso estabelecer qual das novas entidades resultantes da divisão do país assumiria os direitos e obrigações da Bélgica. A outra, “em princípio”, teria que pedir novamente a adesão à UE.
Caroline Sagesser, investigadora do CRISP, um dos centros de investigação política mais reputados da Bélgica, estima que caso este cenário avançasse seriam de esperar “muitas pressões de outros países para o evitar”. E dá o exemplo da Espanha e da França, onde existem “vontades autonomistas” e que não gostariam de ver um precedente no seio do clube europeu. Mas esta investigadora acrescenta elementos que baralham ainda mais qualquer análise, nomeadamente a reacção da comunidade germanófila da Bélgica (cerca de 75 mil pessoas, com governo e parlamento próprios) e a situação de Bruxelas que está localizada na Flandres, mas cuja população é esmagadoramente francófona: “quem garante que o fim da Bélgica originaria apenas duas novas entidades?”.
No entanto, Sagesser considera que “se a Flandres quisesse realmente ser independente, isso já tinha acontecido”, pelo que a actual retórica separatista constitui “um meio de pressão para influenciar as negociações em curso”. Será?
O antigo estudante arruma o assunto da forma que melhor resume a atitude das instituições europeias perante o desagregar do lar que os acolhe: “se se separarem logo se vê, mas até lá é-nos indiferente”."

O autor deste artigo, Daniel do Rosário, desconhece com certeza que há mais países para além da Espanha ou da França em que tal cenário não seria visto com bons olhos, o actual Reino Unido é cada vez mais um Reino cada vez menos unido, à Itália nunca se pôde dar ao emaranhado de regiões estado natural um verdadeiro estatuto de nação, tal como a Austria ou a Alemanha que são e sempre foram uma aberração enquanto estados nacionais e o que dizer da Polónia com as suas minorias nacionais e regionais e que nem na opção religiosa é unida, como sempre nos fizeram crer.
E até aqui no seu actual país, seria uma benção para o desenvolvimento armonioso da Região Estado de Lisboa, Oeste e Vales do Tejo e Sado a independência das outras regiões que vivem economicamente à sua sombra:
Da Madeira em que o potenciais "Jaime Ramos" seriam apenas candidatos a ditadorzecos regionais a gritar não contra Lisboa mas contra Bruxelas, mas talvez não com tanto sucesso, pois o papão do inimigo comum não pega quando é assim tão grande, desonerando os Lisboetas dos 300 milhões de euros que todos os anos tem que avançar para cobrir os seus gastos farónicos.
Dos Açores que como região ultraperiférica e apostada numa agricultura de excelência, mantendo as suas tradições seculares insulares e aliada ao Turismo seja um exemplo de sucesso económico em contraponto à Madeira.
Do Norte de Portugal (que até se poderiam chamar de Portugal e juntar ou não com a Galiza), potenciais "Luis Felipe Menezes", "Narciso Miranda" ou "Valentim Loureiro" seriam com a sua demagogia e populismo bacoco seres que tentem chegar ao poder da sua região estado, agitando o papão do não investimento de Bruxelas sem ferir os ouvidos dos Lisboetas e suas regiões continuas com alarvidades constantes, espero igualmente que hajam potenciais "Rui Rio" ou "Elisa Ferreira" para os contrapor.
Das Beiras (Região Centro) que como uma região dinamica estabelecerá uma plataforma economica entre as regiões que nas suas Beiras a poderão desenvolver e esta desenvolver com elas, haja entendimento é que Coimbra será sem duvida a sua capital natural.
Do Alentejo que aliado à Extremadura (ou apenas fortemente associado a esta) poderá ser uma verdadeira região desenvolvida, bilingue com tradições próprias e uma enorme pujança economica.
E finalmente do Algarve que se poderia transformar num Reino, como já foi, agora no âmbito da Commonwealth, com quem reina no Reino dos Ingleses como seu soberano, eles até gostam tanto dos ingleses e tem lá tantos milhares que talvez não se importassem importar o seu sistema ditatorial de chefia de poder.

O Islão e a ciência

O fulgor científico do mundo islâmico eclipsou-se há sete séculos. Senão, veja-se o alerta da ONU: “Por ano, todo o mundo árabe traduz um quinto do número de livros traduzidos na Grécia. O seu mundo universitário é um deserto”.
Durante décadas soubemos e interessámos-nos muito pouco por aquilo que se passava no vasto e diverso mundo muçulmano. Durante esses longos anos, as únicas coisas que nos interessaram de uma forma consistente nesse mundo foram o duro conflito político e territorial entre palestinianos e israelitas e o preço do barril do petróleo. O resto era uma espécie de terra incógnita, distante e irrelevante. O 11 de Setembro mudou este estado de coisas.
Os ataques desse dia tornaram os países e sociedades muçulmanas muito mais transparentes. A transparência, por sua vez, mostrou-nos coisas muito interessantes. E perturbantes, também. Veja-se o caso da investigação científica. Esta semana vale a pena relembrar que Bagdade foi o maior centro de investigação científica mundial no século IX. E, pelo menos até ao século XII, o Islão foi líder na investigação científica. Os séculos seguintes foram simplesmente desastrosos. Do centro, o Islão passou primeiro para a periferia da ciência. E a seguir tornou-se irrelevante.
Em 2002, o relatório da ONU sobre o Desenvolvimento Humano Árabe foi particularmente claro em relação à dimensão do enorme falhanço dessas sociedades ao nível científico e cultural. ‘Todo o mundo árabe,’ dizia o relatório, ‘traduz cerca de trezentos e trinta livros por ano, um quinto do número de livros traduzidos na Grécia’. O relatório chamava ainda a atenção para o facto de nos mil anos que se seguiram ao esplêndido século IX os Árabes terem traduzido o mesmo número de livros que a Espanha traduz num ano. Em 2003, o segundo relatório sobre o Desenvolvimento Humano Árabe reconhecia a existência de um ‘fosso de conhecimento’ entre os países desenvolvidos e os países árabes e recomendou uma série de medidas para melhorar a situação. Quatro anos depois, continuamos à espera da renascença científica árabe. Porquê?
Num ensaio publicado no número de Agosto da revista ‘Physics Today’ (http://www.physicstoday.org/), Pervez Amirali Hoodbhoy, director do Departamento de Física na Universidade de Quaid-i-Azam em Islamabade, Paquistão, defende que não é só o mundo árabe que está decadente do ponto de vista científico. Para o reputado professor paquistanês esta decadência abraça todo o mundo islâmico contemporâneo.
Uma comparação com o Brasil, Índia, China e EUA ao nível da publicação de ensaios e citações académicas mostra um atraso muito substancial do mundo islâmico. Comparados com os 30 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), os cinquenta e sete países da Organização da Conferência Islâmica (OIC) têm um número extremamente baixo de cientistas, engenheiros e técnicos. O número de patentes produzidas durante as últimas décadas nos países da OIC é simplesmente ridículo. Apesar de existirem cerca de mil e oitocentas universidades no mundo islâmico, nenhuma delas figura na lista das quinhentas melhores universidades mundiais compilada pela Universidade Jiao Tong em Xangai.

Como se isto não fosse suficientemente mau, a liberdade académica e cultural nas universidades islâmicas continua a ser severamente restringida. Hoodbhoy escreve que na sua universidade, a segunda melhor universidade da OIC, existem três mesquitas mas não há uma única livraria. Abdus Salam pode ter ganho o Prémio Nobel da Física em 1979 mas, como as suas crenças religiosas foram declaradas heréticas pelo Governo paquistanês em 1974, nenhuma universidade paquistanesa aceitou recebê-lo nas suas instalações até à sua morte. Hoodbhoy conclui que a ciência não regressará ao mundo islâmico enquanto não forem levadas a cabo profundas reformas políticas e religiosas nos países da OIC.

9.11.2007


Há diferenças na actividade cerebral
Ser conservador ou liberal, ou ser de direita ou de esquerda, para usar uma linguagem mais próxima da visão portuguesa acerca desta oposição, corresponde a perfis cognitivos distintos e, garantem agora os cientistas, a funcionamentos cerebrais diferentes também.
Essa é a conclusão de um estudo de investigadores dos Estados Unidos, que testaram a performance de um grupo de voluntários, estudaram as sua actividade cerebral por EEG (electroencefalograma) e descobriram que os conservadores tendem a reagir de forma conservadora a novos estímulos, enquanto os outros têm respostas mais inovadoras perante estímulos diferentes.
Nada de novo? Longe disso. É que a diferença entre os dois tipos de respostas é perfeitamente visível nos registos do EEG. E a equipa até identificou a zona do cérebro que gera essa diferença. É o córtex cingulado anterior, uma pequena estrutura localizada no interior do cérebro, atrás do lobo frontal, que parece estar associada a certas memórias que permitem à mente humana reconhecer as situações em que é necessário alterar o comportamento habitual.
De acordo com os resultados do estudo, que foi coordenado por David Amodio, da universidade de Nova Iorque e publicado na Nature Neuroscience, "as pessoas de esquerda" apresentam quase o dobro da actividade das "de direita" nesta estrutura cerebral.
O estudo envolveu 43 voluntários que, numa primeira fase, responderam a um questionário de personalidade para determinar o seu perfil. Depois foram sujeitos a uma experiência muito simples: frente a um computador, tinham que carregar num de dois botões consoante lhes fosse apresentada a letra M ou a W. Os sujeitos tinham apenas meio segundo para reagir a cada visualização (eram 500 ao todo) e em 80% delas a letra apresentada era sempre a mesma.
De acordo com os resultados obtidos pela equipa, os voluntários mais conservadores carregavam 47% mais vezes no botão correspondente à letra mais frequente, quando a letra apresentada era a outra. Ou seja, a sua resposta era "conservadora" perante o novo estímulo visual. Já os "os esquerdistas" apresentavam uma margem de erro bem menor, com apenas 37% de respostas ao contrário.
Para os investigadores isso demonstra que uns e outros têm perfis diferentes de resposta a novos estímulos. Que isso se "veja" na actividade cerebral, é a grande novidade desta trabalho, que levanta a hipótese de um dia, quem sabe, se poder prever quem vota à direita, e quem vota à esquerda com um simples EEG.
P.S. – Eu sou de esquerda!!! Impõem-se algumas clarificações, nesta definição dos EUA, também entram os liberais que aqui na Europa podem ser considerados de Direita e os conservadores de Esquerda, que nos estados unidos seriam com certeza do partido Republicano pois são nacionalistas e patriotas com muito pouco de liberalidade em relação ao não proteccionismo estatal da economia. Uma pergunta que esta noticia não responde é de saber onde ficam os que se dizem de centro nas opções políticas ou os indiferentes que são uma grande percentagem...

"Jardim do Éden"


(Foto: Bruce Beehler/CI)

Equipe de cientistas afirmam que descobriram dezenas de novas espécies de plantas e animais durante uma expedição nas montanhas de Foja, na província de Papua, na Indonésia.

(Foto: Bruce Beehler/CI)

A primeira nova espécie de pássaro descoberta na ilha de Nova Guiné em mais de 60 anos foi a deste «smoky honeyeater».

(Foto: Stephen Richards)

Um dos chefes da expedição, Bruce Beehler, disse que a floresta "é o mais perto do Jardim do Éden que você pode chegar na Terra".

(Foto: Stephen Richards)

As montanhas Foja parecem ser um dos locais mais ricos em espécies de sapos na região da Australásia. Mais de 20 novas espécies foram achadas.

(Foto: Johannes Mogea)

Os especialistas em botânica da equipe colectaram mais de 550 espécies de plantas incluindo cinco novas palmeiras.

(Foto: Stephen Richards)

Alguns dos animais descobertos não demonstraram medo de homens, como esta equidna, parecida com um porco-espinho, mas ovípara.

In BBC Brasil, 8 de Fevereiro de 2006

Rússia e EUA impediram a detenção de Karadzic

Líderes sérvios da Bósnia procurados pelo TPI-J gozaram de protecção.

A Rússia e os Estados Unidos, com a conivência de países europeus como França, Alemanha e Reino Unido, bloquearam sistematicamente a detenção e julgamento do ex-líder político sérvio bósnio Radovan Karadzic ao longo da última década.
A revelação é feita em livro por Florence Hartmann, ex-porta-voz da procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPI-J), Carla del Ponte, entre 2000 e 2006. Paix et Châtiment (Paz e Castigo) foi ontem publicado em França e está disponível na Amazon.
Nos extractos já divulgados, pelo Le Monde, Florence recorda uma reunião entre Bill Clinton, Jacques Chirac, Tony Blair e o ex-chanceler alemão Helmut Kohl no Eliseu, em França, em Maio de 1997.
Chirac, então presidente francês, queria vingar dois pilotos franceses que os sérvios bósnios abateram em 1995 e, por isso, insistia em que o Ocidente obtivesse informações que levassem à detenção de Karadzic.
Mas, no final, foi convencido por Bill Clinton, na altura presidente dos EUA, de que não valia a pena insistir, pois os russos não aceitavam que qualquer passo nesse sentido fosse dado sem o seu total consentimento.
Mais tarde, diz Hartmann, Chirac disse a Del Ponte que Boris Ieltsin, presidente russo entretanto falecido, enviaria um avião para tirar Karadzic da Bósnia caso fosse necessário. Isso aconteceu, em 1997, quando as tropas da NATO patrulhavam a Bósnia.
Karadzic permanece ainda em fuga, tal como Ratko Mladic, ex-líder militar dos sérvios bósnios durante a guerra na Bósnia (1992 a 1995). Ambos são acusados de genocídio pelo seu papel na morte de oito mil homens e rapazes muçulmanos bósnios no enclave de Srebrenica.
Mais recentemente, em 2004, as forças norte-americanas avisaram Karadzic de que o novo Governo da Sérvia (herdeira da Jugoslávia) se preparava para o prender. Quanto a Mladic, o Tribunal de Haia chegou a conhecer a sua morada, deu-a à CIA, mas nunca obteve resultados.
Hartmann refere que os grandes países agiram assim para evitar que um julgamento revelasse que conheciam, antes de 1995, os planos do líder jugoslavo, Slobodan Milosevic, instigador do conflito, mas ficaram a assistir impávidos e serenos, negociando com todos os protagonistas. O mandato de Carla del Ponte termina no final deste ano e a ONU fixou para 2010 a data limite de funcionamento do TPI-J. Milosevic morreu entretanto.
P.S. - O Interesse dos estados a sobreporem como sempre aos direitos humanos, o que queriamos com a actual situação de divisão administrativa politica internacional!!!