O OUTRO LADO DA MOEDA!!!

4.29.2007

O ditadorzeco regional!!!


Este cretino anda de novo á solta!!!
Entre as suas bebedeiras de poncha o espremer de laranjas e as bananas que defende bem como a Opus Dei que o financia, é pena é que a sua politica de investimento em infraestruturas e não na formação das pessoas o prepetue lá...

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa


Está para entrar em vigor a unificação da Língua Portuguesa que prevê, entre outras coisas, um alfabeto de 26 letras.


"A frequência com que eles leem no voo é heroica!". Ao que tudo indica, a frase inicial desse texto possui pelo menos quatro erros de ortografia. Mas até o final do ano, quando deve entrar em vigor o "Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", ela estará corretíssima.



Uma das mudanças mais significativas irá ocorrer no Alfabeto que deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do "k", do "w" e do "y".


Finalmente os países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, terão, enfim, uma única forma de escrever.


A sua entrada em vigor também relançará a questão na Galiza que através das Irmandades da Fala da Galiza e de Portugal que fizeram essa proposta ao Governo da Junta da Galiza através da Comissão Galega do Acordo Ortográfico em 2004 e que pretendem que a Lingua Portuguesa seja uma das linguas oficiais da Galiza, incluida na revisão do Estatuto de Autonomia que está neste momento a ocorrer, um site que se centra sobre esta temática é o Lusografia.org.



As mudanças só vão acontecer porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (C.P.L.P.), tal como foi acordado no "Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico" na V Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da C.P.L.P. realizada em São Tomé em Julho de 2004, ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990, Brasil e Cabo Verde já o haviam ratificado o acordo e esperavam a terceira adesão, o que veio a acontecer no final do ano passado, em Novembro, por São Tomé e Príncipe.



Tão logo as regras sejam incorporadas ao idioma, inicia-se o período de transição, no qual Ministérios da Educação (de todos os países lusofonos), as Associações e Academias de letras, os Editores e produtores de materiais didáticos recebam as novas regras ortográficas e possam, gradativamente, reimprimir livros, dicionários, etc...






A escrita padronizada para todos os falantes do português foi um estandarte de Antônio Houaiss, um dos grandes homens de letras do Brasil contemporâneo, falecido em março de 1999. O filólogo considerava importante que todos os países lusófonos tivessem uma mesma ortografia. No seu livro "Sugestões para uma política da língua", Antônio Houaiss defendia a inexistência de grandes diferenças entre a variedade do português falado no Brasil e em Portugal.



O português é a terceira língua ocidental mais falada.


O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol.


A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais., bem como e no meu caso é nótorio pela minha ascendência hibrida, não ajuda na comunicação além atlântico entre falantes do português europeu e do português do brasil ou de algum dos países africanos



A sua unificação, facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros.


Explica o Ministério da Educação do Brasil: "O acordo possibilita, entre outras facilidades, a criação de normas ortográficas comuns para as variantes da língua portuguesa, facilita a difusão bibliográfica e de novas tecnologias, reduz o custo económico e financeiro da produção de livros e documentos. Permite, ainda, aprofundar a cooperação entre as nações que falam o português, aumentando o fluxo de livros e publicações em todas as áreas, além de favorecer a produção de materiais para a educação a distância".



No caso do Brasil, a transição ortográfica será feita de forma gradual substituindo-se, por exemplo, os materiais didáticos e dicionários à medida que for necessária a sua reposição nas escolas da educação básica.



Com as modificações propostas no acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado, no Brasil, a mudança estima-se que será bem menor, cerca de 0,45% das palavras terão a escrita alterada, mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país.






As novas normas ortográficas farão com que os portugueses:



Deixem de escrever "húmido" para escrever "úmido";



Também desaparecem da língua escrita, o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como por exemplo, nas palavras "acção", "acto", "adopção", "baptismo", "óptimo" e "Egipto";



Mas também os brasileiros terão que acostumar-se com algumas mudanças que, a priori, para estes pareceram estranhas, entre estas:



As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os brasileiros terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo";



Também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos: "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia de: "creem", "deem", "leem" e "veem";



O trema desaparece completamente, e estará correto escrever "linguiça", "sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés de: "lingüiça", "seqüência", "freqüência" e "qüinqüênio";



O acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição);



Assistir-se-á à criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como: "louvámos" em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos";



A eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como: "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".

4.28.2007

Uganda lidera «Campanha de 1 Bilhão de Árvores»

O Uganda é o líder da iniciativa «Plantemos para o Planeta: Campanha de 1 Bilhão de Árvores», de acordo com a página de Internet da iniciativa, tendo já plantado mais de um milhão de espécimes.
O Uganda tem 1.054,820 de árvores inscritas como plantadas, 1.052,670 delas no âmbito de acções da Nuwamanya Tree Foundation, organização ugandesa que ultrapassa a plantação levada a cabo pelo Motobo Enviroment Live Programme no Quénia.
No país de origem de Wangari Maathai, Nobel da Paz 2004 e mentora da Campanha, o Motobo Enviroment Live Programme já plantou 200 mil árvores, sendo o principal responsável pelo quarto posto ocupado pelo país a 12 de Março, quando constava do sítio da campanha com 209.473 árvores.

Entre o Uganda e o Quénia figuram na tabela a Sérvia, ocupando a segunda posição com 241.746 árvores, e a Espanha, que conquistou o terceiro lugar com 214.362 exemplares - contagem que pode aumentar a qualquer momento, alterando os lugares no «ranking».

Outros países cujos números de árvores inscritas mostram entusiasmo pela iniciativa são o Peru (que está na quinta posição com 140.206), o Uruguai (no sexto posto com 130.001) e o Senegal (em sétimo com 100 mil espécimes).

Apesar de os valores não se aproximarem dos atingidos pelo Peru ou pelo Uruguai, diversos outros países da América Latina têm alinhado na campanha «Plantemos para o Planeta», caso do México, do Brasil ou da Costa Rica.
Também no continente americano mas a Norte, os Estados Unidos não parecem especialmente motivados, tendo plantado até agora somente 7.707 árvores ao abrigo da iniciativa.
Na Europa, a seguir às já referidas Sérvia e Espanha, surgem a França, com 39.162 árvores, Chipre, com 17.736, e Itália, com 7.309, qualquer deles a larga distância do único país nórdico representado - a Finlândia, com apenas uma dezena de espécimes na lista.
Em África - além dos líderes Uganda, Quénia e Senegal - de assinalar o empenho da Tanzânia, com 65.200 árvores a contribuírem para a meta do bilhão (mil milhões).
No que se refere à Ásia, o país mais empenhado é a Indonésia, com 17.120 exemplares, seguida da Síria, com 10 mil, enquanto na Oceânia, vai a Austrália à frente com 25.236 árvores, enquanto a Nova Zelândia se fica pelas 11.
Os lugares finais do «ranking» são preenchidos pela República Checa e a Jordânia, antepenúltimas, com cinco árvores inscritas; Singapura, Chile e Croácia, empatados em penúltimo com três cada um, e o Equador, em último, com duas árvores - mesmo assim, claro, à frente dos muitos territórios que nem uma árvore têm inscrita.
De salientar que no Senegal, Mali, Polónia, Marrocos ou Mongólia as acções foram realizadas por uma única entidade em cada país, enquanto nas Maldivas foram várias as entidades já envolvidas, não havendo, porém, um único particular a colaborar.
Situação diferente se verifica em Espanha, Itália, França e EUA, onde é bastante elevado o número de particulares activos, sendo de sublinhar que no Irão e na Coreia do Sul são os particulares quem participa com maior número de árvores.
E em Moçambique e no Panamá - cada um com 300 espécimes plantados - as acções devem-se mesmo a um único particular.
A Campanha - dinamizada pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente e que visa envolver pessoas e entidades do sector público e privado para a plantação de árvores no meio rural e urbano - tem como principal fragilidade as dificuldades em monitorizar as acções.

Um «calcanhar de Aquiles» patente no sítio da Campanha na Internet, onde é possível encontrar duplas entradas e inclusões repetidas na secção de «Compromissos» e de «Plantadas».
«Desde o início da campanha, já foi inserida por três ou quatro vezes informação falsa - houve quem introduzisse a informação de que tinha plantado mil milhões de árvores -, o que é corrigido de imediato», explicou Meryem Amar, do Programa Ambiental da ONU.
«Há um certo grau de confiança no nosso interface com os participantes e, até ao momento, tem havido transparência e responsabilização na forma como é conduzida a campanha», assegurou a responsável, que a agência Lusa contactou via e-mail.
Questionada sobre valores aparentemente pouco prováveis indicados no sítio, Meryem Amar reiterou que «a plantação de árvores tocou pessoas de todo o mundo», acrescentando que «a vasta maioria actuou com total honestidade».
in Diário Digital em 14.03.07

4.24.2007

Caminhos-de-ferro europeus aliam-se para fazer frente às "low cost" aéreas

Várias companhias ferroviárias europeias, lideradas pela alemã Deutsche Bhan e a francesa SNCF, querem lançar uma aliança comercial para fazer concorrência às companhias aéreas de baixo custo, segundo o diário alemão Handelsblatt de hoje.

"As companhias aéreas fazem acreditar que são mais rápidas e mais baratas. Queremos contrariar esta impressão", explicou um porta-voz dos caminhos-de-ferro suíços.

A aliança, inspirada do modelo adoptado pelas grandes companhias aéreas, deve agrupar os caminhos-de-ferro alemães, franceses, suíços, holandeses, austríacos, assim com o britânico Eurostar e a sociedade Thalys.

Segundo o Handelsblatt, o lançamento desta aliança por agora chamada "Railteam" está previsto para Dezembro, em simultâneo com o início das ligações a muito alta velocidade entre a França e a Alemanha, através dos comboios TGV e ICE.

P.S. – Boas noticias para os consumidores europeus, é pena que as companhias de caminhos de ferro ibéricas fiquem de fora, quem sabe se no futuro aderirem eu comece a ir para Paris de Comboio e não de Avião.

4.19.2007

A Loja e o Convento

I

Havia um Noviciado

Numa certa Prelazia,

Cujo prédio era encostado

Junto com a Maçonaria


II

Todo domingo, Dom Bento

Com fervor rezava a missa

Na Capela do Convento,

Para a turma de Noviça.


III

Bem na hora do café

Com a Madre Diretora,

Perguntava: - Como é ?

Descobriu, Superiora ?


IV

Que fazem esses Maçons

Trancados naquela casa ?

Seus intentos não são bons.

Com mulheres mandam brasa...


V

- Senhor Bispo, não tem jeito

De saber, tudo é fechado !

Até mesmo com o Prefeito

Reclamei sem resultado.


VI

- Mais uma vez vou lembrar

Que há perigo imediato

De Noviça engravidar,

E o Bispo paga o pato.


VII

Passava uma velha freira,

Que vinha da Sacristia,

E afirmou, bem certeira,

Que perigo não havia.

VIII

Refazendo a esperança

E a paz do seu Prelado,

Declarou com segurança:

- Todo Maçom é castrado.


IX

- Irmã, que papo avançado!

Você viu, já esteve lá?

Interrogou-lhe o Prelado,

Sem querer acreditar.


X

-Vou contar minha babada:

Nessa Loja, senhor Cura,

Tem uma porta lascada

Bem junto da fechadura.


XI

Certa noite, houve uma festa,

A tal da Iniciação...

Pus um ouvido na fresta,

Com cuidado e precaução.


XII

Só escutei. Não vi nada.

Foi grande a surpresa minha.

Pareceu forte pancada

De golpe de machadinha.


XIII

E ouví com desespero,

Uma voz determinar:

Irmão Mestre Hospitaleiro

Trazei o saco ao altar.


XIV

E o Bispo foi-se embora,

Bem tranquilo e sorridente,

Confortado pela história

Da freirinha convincente.

4.09.2007

As origens do “revisionismo histórico”

Nota Inicial: Há aspectos do artigo seguinte que são muito polémicos, chegam até a roçar a mentira em partes em que afirmam que Chomsky ou José Saramago são negacionistas (quanto a Finklestein não conheço os seus livros e afirmações o suficiente para o defender), mas a "Mídia Sem Mascara" assume-se como "um website destinado a publicar as idéias e notícias que são sistematicamente escondidas, desprezadas ou distorcidas em virtude do viés esquerdista da grande mídia brasileira" são por isso anti-esquerdistas. Porque é que eu, sendo esquerdista público um artigo destes, porque acho que o mesmo em si encerra na sua essencia grandes e comprovadas verdades, não chego ao exagero de afirmar que o revisionismo é exclusivamente originário da esquerda, mas não obstante esta resalva uma grande parte do mesmo é. Ainda hoje ouço grandes absurdos e disparates de comunistas e trotskistas acerca destes temas, sobre a Shoa e a sua negação, a sua origem aqui é mais ou menos traçada e este artigo demonstra-o e levanta pistas muito interessantes para quem as quiser investigar.
As origens do "revisionismo histórico"
Resumo: Engana-se quem associa a negação do Holocausto com a extrema-direita. O Revisionismo nasceu entre comunistas e é a esquerda a sua maior propagadora nos dias de hoje.
Em dezembro de 2003, quando saiu finalmente a sentença do Superior Tribunal Federal contra Sigfried Ellwanger, toda a imprensa nacional se referiu ao editor gaúcho de livros anti-semitas como "editor de extrema-direita". Para quem não sabe, Ellwanger, também conhecido como S. E. Castan, é o proprietário da Editora Revisão, dedicada exclusivamente à publicação de propaganda nazista e de material que nega a matança de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Ellwanger e sua editora são adeptos do Revisionismo Histórico, um movimento pretensamente acadêmico que se dedica a tentar provar que o Holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial não passou de uma invenção. Alegam que Hitler e seus asseclas na verdade eram umas flores de bondade e que tudo o que se publica sobre o assunto é parte de uma grande conspiração midiática de dominação mundial por malvados judeus. As "descobertas" (perdoem-me pelo excesso de aspas, mas elas são inevitáveis) seriam fruto de "revisões" de depoimentos e pesquisas, daí eles se chamarem de "revisionistas". Em resumo, trata-se de uma mixórdia sem nenhuma sustentação histórica, tratada com o devido desprezo por todos os pesquisadores sérios.

De fato, a associação entre neo-nazismo e extrema-direita é automática e ambas as expressões são encaradas como sinônimos. Até ser processado e condenado em todas as instâncias jurídicas, S. E. Castan agregou em torno de si um pequeno grupo de jovens que agiram em Porto Alegre em pequenos putches anti-semitas nos anos 80 e 90. Merece plenamente o epíteto de nazista. Mas o dito "revisionismo" (que eu prefiro chamar de negacionismo), por mais fraudulento e mal intencionado, tem também a sua história. E vale a pena conhecê-la.

A primeira vez em que se publicou material que negava a existência de campos de extermínio erguidos pelos nazistas foi na França, na década de 1950. Não por acaso, a França foi o país que menos lutou contra a ocupação alemã durante a guerra. O Regime de Vichy foi, de fato, cúmplice e voluntário das barbaridades nazistas e a França fora também o berço do Affaire Dreyfus (1), e a terra de Gobineau (2) e Édouard Drumont (3).

"Franceses nazistas", pensará o leitor a esta altura. Errado. Curiosamente, não foram ex-colaboracionistas os primeiros negacionistas, mas justamente o contrário. Pierre Guilleume, militante do grupo trotskista SOB ("Socialismo ou Barbárie") e posteriormente fundador da dissidência Pouvoir Ouvrier, ao lado de Serge Thion, proprietário de uma pequena casa editora chamada La Vieille Taupe ("A Velha Toupeira"), foram os primeiros publicadores de livros anti-semitas baseados nestas teorias negacionistas. A estrela da "Velha Toupeira" era um membro da Resistência, Paul Raissinier, militante comunista e que usava sua condição como salvo-conduto.

Raissinier alegava que ao ser capturado pelos nazistas fora testemunha do tratamento dispensado aos seus prisioneiros. E que nunca testemunhara maus tratos a nenhum judeu enquanto esteve preso. Logo, todos os testemunhos que atestavam a matança nos campos de extermínio nazistas seriam falsos. O fato de que foram os soviéticos que primeiro chegaram aos campos e registraram a matança não afetava Raissinier, pois como trotskista ele poderia duvidar dos relatos "stalinistas" do Holocausto. Para os trotiskistas franceses, o sionismo era a consolidação dos planos explicitados em Os Protocolos dos Sábios de Sião, velha fraude produzida pela polícia secreta czarista e apresentada como uma compilação de “planos judaicos de dominação mundial”.
Mas Paul Raissinier não era um caso isolado. Tampouco agia por conta própria. Alguns milhares de quilômetros a Leste da França, mais precisamente em Moscovo, nascia a "sionologia", uma pretensa ciência sócio-política (bem ao gosto marxista) e adotada como política acadêmica oficial na União Soviética, onde as teses negacionistas e conspiratórias eram a base para a produção de farto material anti-Israel.

Em 1963, Trofim K. Kichko (posteriormente agraciado com um diploma pelo Partido Comunista da Ucrânia) publicou pela Academia de Ciências da Ucrânia "O Judaísmo sem Maquiagem", livro que parte de um trecho de "Os Protocolos dos Sábios de Sião" para afirmar que "o expansionismo e a crueldade israelense estão determinados no Talmude". Em 1969, Yuri Ivanov publicava "Cuidado! Sionismo!", um tosco panfleto onde o sionismo era apresentado como "uma ideologia de organizações conectadas para a prática política da burguesia judaica e fundida com as esferas monopolistas nos EUA". A partir do livro de Ivanov, as obras "sionológicas" foram consideradas leitura obrigatória na formação de quadros políticos e militares da União Soviética e nos países sob sua esfera de influência. Disseminados pelos formandos da Universidade dos Povos Patrice Lumumba, os livros anti-semitas soviéticos formaram gerações de militantes de esquerda que assimilaram e reproduziram a visão expressada pela terceira edição da "Grande Enciclopédia Soviética" sobre o sionismo:

"O Sionismo é um postulado reacionário, chauvinista, racista e anti-comunista. A Organização Sionista Internacional é detentora de grandes fundos financeiros monopolistas que influenciam a opinião pública ocidental capitalista e serve como frente avançada do colonialismo".

O rompimento entre os soviéticos e o movimento sionista ocorreu ainda antes da independência do Estado de Israel, em 1948. Josef Stálin desejava desencorajar o sionismo com a criação do Birobidjão, uma república soviética onde os judeus deveriam se instalar e permanecer, sempre tutelados sob a sombra da influência de Moscovo. Stálin também usou o sionismo e a recém fundação de Israel como pano de fundo de seu último grande expurgo, a "Conspiração dos Médicos".

Mesmo depois da morte de Stálin, a União Soviética continuou frontalmente anti-Israel, embora o movimento sionista tenha sido majoritariamente formado por militantes socialistas e por pessoas de sólida formação marxista. Após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel venceu uma coalizão de oito países sob a direta influência política da União Soviética, a sionologia encontrou um território perfeito para se disseminar.
Não é exagero afirmar que o surgimento dos grupos terroristas árabes e a sionologia se retroalimentaram. Yasser Arafat foi treinado pelo serviços secretos do leste europeu e Mahmoud Abbas, ex-miltante do Fattah e atual presidente da Autoridade Palestina, é formado em história pela Escola Oriental de Moscovo e autor de um livro negacionista, publicado em árabe sob o patrocínio soviético na década de 1970.
Uma das táticas mais presentes entre os sionologistas para se respaldarem é a utilização de autores judeus. Já nos anos 60 eram escolhidos membros dos partidos comunistas de orígem judaica para emprestarem seus nomes às publicações. Essa prática perdurou e gerou o surgimento de intelectuais de esquerda como Noam Chomsky e Norman Finkelstein, que sem serem negacionistas seguem a linha mestra da sionologia de demonização do sionismo e da identidade judaica. Curiosamente, até os mais ferrenhos negacionistas citam Chomsky e Finkelstein como fontes para suas idéias.

O encontro entre negacionistas, comunistas e terroristas que formou a sionologia não impediu que militantes neo-nazistas absorvessem o discurso sionológico. A verdade é que ao se comparar o discurso neo-nazista com o discurso de boa parcela da esquerda não se encontrarão muitas diferenças. O negacionismo e a sionologia fazem parte dos discursos tanto de esquerdistas ilustres, como José Saramago e os já citados Chomsky e Finkelstein, quanto de verdadeiros expoentes da extrema-direita, como Lyndon LaRouche, malgrado seu passado de militante trotskista.
Curiosamente, ultra-direitistas e ultra-esquerdistas colaboram entre si quando o objetivo é o anti-semitismo. Comunistas como Raissinier usam de sua ideologia para separar seu discurso das lembranças nazistas, enquanto os nazistas usam a colaboração de judeus comunistas como salvo-conduto para escaparem da acusação de anti-semitismo.
Seguidores brasileiros de Siegfried Ellwanger mantêm várias páginas eletrônicas onde se encontram links, tanto para sites onde a matança de judeus é exaltada quanto para textos acadêmicos de esquerda onde se pode ver Norman Finkelstein “protestando contra o uso capitalista das indenizações de guerra”. E no meio dessa mixórdia várias “provas” de que não houve nem matança e nem expropriação de bens de judeus. A propósito, Ellwanger nunca se apresentou nem como neo-nazista e nem como esquerdista.
Mas o maior eco da sionologia pode ser visto hoje nas ações e nos discursos do atual líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que declarou em dezembro de 2005 que "o Holocausto é um mito":
"Fabricaram uma lenda sob o nome de 'massacre dos judeus', e dão mais importância a isso do que a Deus, à religião e aos profetas".
Ahmadinejad vem afirmando que "a lenda" é o que manteria uma suposta opressão do Ocidente contra os países islâmicos e com isso vem desafiando a comunidade internacional ao fomentar o terrorismo e insistir em adquirir a tecnologia necessária para a construção de armas de destruição em massa. Fora do mundo islâmico, a linha de frente que apóia as reivindicações de Ahmadinejad tem sido – como sempre – a esquerda, cada vez mais encantada pelo discurso sionologista.

No momento em que vemos o empenho de uma boa parcela da opinião pública mundial em atacar Israel enquanto este país se defende das covardes agressões de grupos terroristas, a emergência do discurso negacionista e sionologista demonstra o sucesso que seus criadores obtiveram e como o Terror se aproveita dele. O fato do negacionismo e da sionologia não serem necessariamente uma criação da extrema-direita não anula o fato de que esta também faz uso deles. Mas a ligação automática que mormente se faz é inexata. A negação do Holocausto é criação dos acadêmicos comunistas e é a esquerda a sua maior useira e vezeira nos dias de hoje.
Notas do Autor:

(1) O Caso Dreyfus em 1894, foi a falsa acusação que o oficial francês de origem judaica Alfred Dreyfus sofreu de ser espião dos alemães. Baseado em documentos forjados por nacionalistas franceses, um tribunal militar condenou Dreyfus ao degredo na Ilha do Diabo. Graças a uma campanha movida pelo escritor Émile Zola, Dreyfus foi novamente julgado e desta vez inocentado. Foi cobrindo o Caso Dreyfus que o jornalista austríaco Theodor Hertzel criou o Sionismo.

(2) Joseph Arthur de Gobineau (1816 – 1882), escritor e diplomata francês e autor do Tratado sobre a desigualdade das raças humanas, publicado em 1853 e considerado o primeiro livro de teoria racista.
(3) Édouard Drumont (1844 – 1917), autor de La France Juive ("A França Judia"), em que defendia a expulsão dos judeus do país, baseado na teoria de que estes seriam conspiradores e traidores anti-nacionalistas. Foi um dos principais propagadores de libelos anti-Dreyfus.