Está para entrar em vigor a unificação da Língua Portuguesa que prevê, entre outras coisas, um alfabeto de 26 letras. "
A frequência com que eles leem no voo é heroica!". Ao que tudo indica, a frase inicial desse texto possui pelo menos quatro erros de ortografia. Mas até o final do ano, quando deve entrar em vigor o "
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", ela estará corretíssima.
Uma das mudanças mais significativas irá ocorrer no Alfabeto que deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do "k", do "w" e do "y".
Finalmente os países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, terão, enfim, uma única forma de escrever.
As mudanças só vão acontecer porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (C.P.L.P.), tal como foi acordado no "
Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico" na V Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da C.P.L.P. realizada em São Tomé em Julho de 2004, ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990, Brasil e Cabo Verde já o haviam ratificado o acordo e esperavam a terceira adesão, o que veio a acontecer no final do ano passado, em Novembro, por São Tomé e Príncipe.
Tão logo as regras sejam incorporadas ao idioma, inicia-se o período de transição, no qual Ministérios da Educação (de todos os países lusofonos), as Associações e Academias de letras, os Editores e produtores de materiais didáticos recebam as novas regras ortográficas e possam, gradativamente, reimprimir livros, dicionários, etc...
A escrita padronizada para todos os falantes do português foi um estandarte de
Antônio Houaiss, um dos grandes homens de letras do Brasil contemporâneo, falecido em março de 1999. O filólogo considerava importante que todos os países lusófonos tivessem uma mesma ortografia. No seu livro "
Sugestões para uma política da língua",
Antônio Houaiss defendia a inexistência de grandes diferenças entre a variedade do português falado no Brasil e em Portugal.
O português é a terceira língua ocidental mais falada.
O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol.
A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais., bem como e no meu caso é nótorio pela minha ascendência hibrida, não ajuda na comunicação além atlântico entre falantes do português europeu e do português do brasil ou de algum dos países africanos
A sua unificação, facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros.
Explica o Ministério da Educação do Brasil: "O acordo possibilita, entre outras facilidades, a criação de normas ortográficas comuns para as variantes da língua portuguesa, facilita a difusão bibliográfica e de novas tecnologias, reduz o custo económico e financeiro da produção de livros e documentos. Permite, ainda, aprofundar a cooperação entre as nações que falam o português, aumentando o fluxo de livros e publicações em todas as áreas, além de favorecer a produção de materiais para a educação a distância".
No caso do Brasil, a transição ortográfica será feita de forma gradual substituindo-se, por exemplo, os materiais didáticos e dicionários à medida que for necessária a sua reposição nas escolas da educação básica.
Com as modificações propostas no acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado, no Brasil, a mudança estima-se que será bem menor, cerca de 0,45% das palavras terão a escrita alterada, mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país.
As novas normas ortográficas farão com que os portugueses:
Deixem de escrever "húmido" para escrever "úmido";
Também desaparecem da língua escrita, o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como por exemplo, nas palavras "acção", "acto", "adopção", "baptismo", "óptimo" e "Egipto";
Mas também os brasileiros terão que acostumar-se com algumas mudanças que, a priori, para estes pareceram estranhas, entre estas:
As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os brasileiros terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo";
Também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos: "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia de: "creem", "deem", "leem" e "veem";
O trema desaparece completamente, e estará correto escrever "linguiça", "sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés de: "lingüiça", "seqüência", "freqüência" e "qüinqüênio";
O acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição);
Assistir-se-á à criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como: "louvámos" em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos";
A eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como: "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".
1 Comments:
Entretanto, pelo que saiba, o inglês é falado em várias partes do mundo com substanciais difenças, mas não há nenhum projeto de unificação. Se estou errado, por favor, corrijam-me. Continuo a achar que brasileiros e portugueses perdem tempo com coisas que são incapazes de contribuir para que rivalizem em desenvolvimento com a maioria dos países de língua inglesa. Por que os países de idioma português (Brasil, Portugal, Angola e sei lá quantos mais) estão entre os países atrasados ou emergentes? Creio que isto rende uma boa discussão...hehehe
Abraços do
Aluízio Amorim
http://oquepensaaluizio.zip.net
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