O OUTRO LADO DA MOEDA!!!

3.04.2008

Os professores vão para a rua porque a vergonha há muito deu lugar à pouca vergonha neste sítio chamado Portugal.

O sítio vai ter uma semana agitada com os professores a preparar uma manifestação contra a política de Educação do Governo e naturalmente contra a ministra da pasta. Importa conhecer as razões que levam os professores para a rua.

Os professores vão para a rua porque uma senhora com um saudável mau feitio, de seu nome Maria de Lurdes Rodrigues, acabou com o Ministério dos Professores e tenta, há três anos, criar o Ministério da Educação.

Os professores vão para a rua porque a ministra acabou com a pouca vergonha dos furos nos horários dos alunos, horários esses feitos à medida dos gostos e interesses dos professores, e criou as aulas de substituição, situação que obriga as senhoras e os senhores a passar mais tempo nas escolas.

Os professores vão para a rua porque Maria de Lurdes Rodrigues fez aprovar um novo Estatuto da Carreira Docente que acabou com os privilégios e regalias, muitas delas obscenas, do anterior estatuto tão do agrado dos sindicatos.

Os professores vão para a rua porque o novo Ministério da Educação, ainda em formação neste sítio cada vez mais mal frequentado, decidiu avançar para a avaliação dos senhores e senhoras que são pagos para ensinar a ler e a escrever as crianças do sítio.

Os professores vão para a rua porque a ministra decidiu enviar para as escolas centenas de sindicalistas que não punham lá os pés há muitos anos.

Os professores não vão para a rua protestar contra o insucesso escolar.

Os professores não vão para a rua indignar-se com o abandono escolar.

Os professores não vão para a rua gritar contra as notas miseráveis em Português e Matemática.
Os professores não vão para a rua exigir um ensino de qualidade que acabe com as os vergonhosos conhecimentos dos alunos nas disciplinas da área de ciência.

Os professores não vão para a rua, vestidos de negro, lamentar o analfabetismo e a iliteracia das crianças e adolescentes.

Os professores não vão para a rua protestar contra estes miseráveis trinta anos de ensino que colocaram Portugal numa situação inqualificável na União Europeia.

Não.

Os professores vão para a rua defender a incompetência e o laxismo.

Os professores vão para a rua porque a política do Governo colocou os interesses de pais e alunos acima dos seus privilégios.

Os professores vão para a rua porque o seu Ministério da 5 de Outubro está a ser substituído por um Ministério da Educação.

Os professores vão para a rua, apoiados pelo PCP, PSD e parte do PS, porque têm medo de ser avaliados.

Os professores vão para a rua porque a vergonha há muito deu lugar à pouca vergonha neste sítio chamado Portugal.
António Ribeiro Ferreira
P.S. - Concordo quase totalmente com este artigo, apenas discordo da ideia que o autor tem que não se evoluiu nada nos últimos 30 anos e que a educação era boa antes do 25 de Abril, o que não é verdade pois tanto a taxa de analfabetismo como a elitização do ensino superior isso contradiziam, para além disso decidi publicar esta opinião depois de ter recebido este e-mail de um professor e com o título "Quem é capaz de calar este senhor", o mesmo diz tudo sobre o que muitos destes sindicalistas (comunistas que defendem a "ditadura do proletariado" e por isso com grande autoridade para defenderem a liberdade!!!) acham da liberdade de expressão, deve ser a mesma que ensinam aos estudantes, por isso é que cada vez mais as novas gerações de estudantes são mais interventivos democraticamente e não alienados. Ainda me lembro de quando era dirigente associativo estudantil haver professores que faltavam todas as 5ª Feiras para ir á feira de Carcavelos fazer compras ou do laxismo que existia na sua avaliação a tal ponto que quando um pai no Concelho Pedagógico a que eu pertencia sugeriu uma avaliação diferente foi unânime a sua reacção de recusa, como se diz em Lisboa em "casa de ferreiro espeto de pau"!!!

3 Comments:

Blogger Filipe Brás Almeida said...

Excelente post.

p.s. Sou professor não vou ao sítio protestar dia 8, e participaria de imediato caso houvesse uma contra-manifestação.

4/3/08 14:43  
Blogger Raquel Alão said...

Acho o artigo de António Ribeiro Ferreira tão faccioso e erróneo quanto a crença de que os sindicalistas são todos um bando de comunistas a defender a "ditadura do proletariado"...

Os professores que conheço foram à rua em protesto pelo colapso completo do sistema de ensino público em Portugal. É verdade que o mote foi a avaliação dos mesmos (já se deu ao trabalho, caro Geosapiens, de se informar correctamente dos moldes em que o Ministério quer fazer a dita avaliação dos profissionais educativos?), mas a manifestação, a meu ver, é pelo laxismo instalado em trinta anos de democracia pelas sucessivas equipes de luminárias que têm passado pelo Ministério da Educação. Há professores mal preparados para as funções que exercem? Vá dar uma vista de olhos às políticas educativas dos vários ministérios quanto à formação de professores... Isto já para não falar nas sucessivas directrizes quanto à retenção de alunos e sucesso escolar, conteúdos programáticos, entre outros...

Deve ser muito bonito atirar umas larachas populistas e fazer dos principais agentes educativos o bode expiatório, com base numa análise perfeitamente pessoal e subjectiva. Já agora, caro dirigente associativo, urge perguntar-lhe se durante o seu percurso escolar não se deparou com profissionais competentes e interessados. Eu, como aluna, tive bastantes professores que fizeram a diferença, pela positiva, na minha vida.

4/5/08 00:51  
Blogger euseinadar said...

Conselho Pedagógico! Com "s". Será o senhor também uma vítima dos maus professores!?
Malandros que eles são... E preguiçosos. E comunas!!!

28/11/08 20:41  

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