Sobre as bandeiras...
Por isso a bandeira é utilizada amplamente pela extrema direita, venerada até, pois esta assume-a com um símbolo natural de exclusão do outro não pertencente ao espaço destes.
Ao contrário do que nos querem fazer crer patriotas (que se dizem saudáveis!!!), que fingem que perderam o sentido de exclusão ou que o sublimaram, com justificações injustificáveis, as bandeiras, pelo menos as representativas de nações, nunca serão um símbolo de TODOS, sejam estes vermelhos, pretos, amarelos ou brancos, pois estes independentemente da sua cor de pele não nasceram sobre a bandeira em causa, por esse motivo, para quem defende o símbolo estes serão sempre cidadãos ESTRANGEIROS e por esse motivo EXCLUIDOS de alguma maneira.
Não adianta tapar o sol com a peneira, a bandeira exclui e tal como a fronteira, é utilizada para excluir e dividir, não se pode unir alguém sob um símbolo de exclusão, pois a carga de exclusão é demasiado forte para que se possa fazê-lo.
No recente caso do Euro 2004 era o nós contra eles, o egoísmo latente era obvio, diziam-nos que era para ganharmos orgulho em nós mesmos, quando orgulho é uma coisa que se ganha por se ser um humano recto, trabalhador e honesto, alguém que luta pela sua felicidade e que tenta que a paz, o amor e a fraternidade humana sejam a realidade e não uma palavra vã, que se reje por valores como a partilha e a compreensão, e não os de exclusão ou egoísmo, o orgulho de sermos humanos não se cria de certeza com o egoísmo.
Há bandeiras internacionais, ideológicas na sua generalidade ou com fins humanitários, outras são de Organizações Não Governamentais, estas sejam quais forem, são símbolos generosos que representam ou a busca ou representação do ideal em marcha, por exemplo a bandeira da Greenpeace representa a luta internacional pela preservação de um ambiente menos poluído, nomeadamente a preservação dos sistemas marinhos defendendo um equilíbrio justo entre a utilização do homem desta Terra-Pátria e o sistema Gaia que a gere.
Por fim (e por algum sentido veio para o fim) temos as bandeiras trans-fronteiriças onde a superação do conceito de fronteira já foi alcançado, por alguma organização não só económica mas politica e cultural, a Bandeira da ONU, da União Europeia, da União Africana, do Mercosul ou da Federação da Micronésia (tentei escolher uma de cada continente a Ásia não tem nenhuma organização deste tipo, pois a ASEAN é puramente económica), em todas estas organizações e nos seus espaços geográficos de actuação, diferentes estados nação, através dos seus representantes políticos, decidiram, abdicar de parte do seu egoísmo e sob a mesma bandeira partilharem objectivos, interesses e até cidadania bem como partes de soberania, colocando-as em comum.
14 Comments:
Muito bem dito. A mistura de símbolos nacionais não patriotismo é demagogia. As imagens do hino cantado enquanto pessoas faziam saudações facista é absolutamente deplorável.
Embora não concorde consigo quanto à simbologia da bandeira, gostei de ler o texto. Um coisa só quero apontar é acontradição entre a parte inicial e o final. Primeiro depreendi que a bandeira é o símbolo de exclusão, para acabar na bandeira da Greenpeace, que me parece que não tem nada de exclusão, pelo contrário de mobilização.
Um abraço. Augusto
Passei para cumprimentar. É bom saber que alguem tão interessante no queescreve visita o meu blog!
agradeço os comentários...ao augustom refiro apenas que...como referi nesse capitulo...que acho que "as bandeiras internacionais, ideológicas na sua generalidade ou com fins humanitários, outras são de Organizações Não Governamentais, estas sejam quais forem, são símbolos generosos que representam ou a busca ou representação do ideal em marcha"...ou seja não as confundo com as bandeiras nacionais...até porque são de "per sí" trans-fronteiriças...mas obrigado pelo comentário critico...e um abraço...
Este é um blog que se visita com gosto, pelo equilíbrio das suas posições, a inteligência que o percorre e a competência técnica de quem o «desenhou».
É agradável ler ao som da música que o próprio blog nos oferece.
Um abraço e felicidades.
Carlos...obrigado...vindo de você...não é um elogio...mas uma honra...um TAF...
a bandeira de um país representa mais q o país, representa a sua história, é uma pena q nós, portugueses, ñ cuidemos melhor dos nossos símbolos!
HOJE COPIO, ou seja redigo o que disse Carlos Esperança... porquê? ora porque ele disse tudo, que coisa...abraço....
Ora a bandeira devia ser o símbolo da unidade nacional mas o uso que dela fazem, e têm feito nos últimos quarenta anos alterou-lhe o significado passou a representar uma minoria "pura" (eu diria burra) que a ostenta (sem qualquer direito) como forma de exclusão como tu dizes, ou seja para defender uma ideia de Pátria completamente vazia e absurda: A Pátria como espaço de tirania e lugar para sustentar valores absoletos e conservadores. A minha Pátria é a minha língua...estou mais nessa.
"o orgulho de sermos humanos não se cria de certeza com o egoísmo." - inteiramente de acordo. Já duvido um pouco do que está por detrás de algumas bandeiras transfronteiriças e globais, por vezes, encerram outros egoísmos mais disfarçados
...ao pinto ribeiro...agradecendo a visita a alguém do outro extremo ideológico...apenas lhe posso dizer que ser naif é acreditar que as coisas como estão é que estão bem...e que o mundo chegou ao término da sua evolução com espaço político...
...caro...os realistas em demasia...normalmente acham duas coisas...que só estes é que têm razão e por esse motivo são os donos da verdade...e que o tempo estagnou...espero que...o amigo...não seja um destes...
...á...sou o eco de mim mesma!...a nossa bandeira representa muito pouco da nossa história...se bem que será mais historiográfica que muitas...mas mesmo assim é um pedaço de pano muito pouco representativo...mas sim em parte mas só no caso da nossa bandeira...há um sentido histórico...isto não retira nada ao que eu penso...
...há mendes ferreira...renovo a honra do elogio...
...manhã...como poderá comprovar pelo meu anterior post, “A minha pátria não é a língua portuguesa...mas quase...”...concordo em parte consigo...
...ao hfm...sim haverá o perigo da eurocentrização...mas enfim...num espaço desses o egoísmo é sublimado...ou equilibrado com valores menos fortes em termos de exclusão...
...a todos os comentários positivos e negativos...agradeço-vos...não tenho problema nenhum que discordem com as ideias...aliás é bem natural tal atitude...um abraço...um beijo e um TAF...
E lá saí daqui mais rica!
Beijos
...ainda bem...um olhar sobre...pois a partilha deve enriquecer...um beijo...
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