O OUTRO LADO DA MOEDA!!!

9.11.2006

Sobre a ultima Guerra no Líbano IV

Os Vencedores e Vencidos.

Podemos dizer que houve um claro vencedor, outras duas instituições/organizações internacionais com ganhos internos e três derrotados.

Os derrotados foram tanto Israel (se bem que não completamente), tal como o Hizbollah e o Irão. O vencedor foi a longo prazo o povo não Xiia e não apoiante do Hizbollah no Líbano e as organizações que beneficiaram internamente deste conflito foram O.N.U. e a União Europeia.

O primeiro derrotado foi claramente o Exercito Israelita e a estratégia ofensiva que utilizaram. A estratégia era clara, primeiro uma Guerra Aérea Massiva, ganhando preponderância no ar, acompanhada por operações de eliminação limitada de alvos ou de conquista de pontos de resistência importantes e depois numa ultima fase com uma invasão terrestre mais ou menos massiva eliminando uma grande parte da ameaça da força oponente. Esta foi a estratégia americana que teve sucesso na I Guerra do Golfo e na Invasão do Afeganistão mas que mostrou limitações na Invasão do Iraque e muito antes disso na Somália. Se analisarmos esta estratégia tem como percursora a "Guerra dos seis dias" em que Israel eliminou a força área dos países que o circundavam e representavam uma clara ameaça, depois com recurso a tropas especiais atacou atrás da linha fronteira alvos específicos, decorrendo ao mesmo tempo bombardeamentos aéreos massivos e á posteriori ocupou com uma invasão os territórios da Cijordânia e outros parcialmente. Correndo bem a fase 1 (bombardeamento e controlo aéreo e eliminação de muitos alvos por ar) e a fase 2 (operações limitadas e conquista de pontos de resistência importantes) da operação israelita nitidamente escapou-lhe a fase 3 que seria o cerco e estrangulamento do Hizbollah. Perderam também na guerra psicológica e foram menos hábeis na contra argumentação, pois tal como os americanos contam sempre com fortes sentimentos "contra estes" façam bem ou mal. A nível interno a gestão também não correu muito bem, tendo um primeiro-ministro sempre optimista, sendo contrariado a cada dia que passava pelo que ia acontecendo no terreno e uns Chefes Militares de operações bem como o Ministro da Defesa mais realistas. Mas não foi assim tão derrotado quanto os seguintes, pois conseguiu um objectivo estratégico a médio e longo prazo que é o confinamento e controlo de um dos aliados externos do Irão a norte.

O Hizbollah é o outro derrotado, digam o que disseram os seus dirigentes ou querendo atirar areia para os nossos olhos, este tem que desarmar, as forças regulares do Líbano uma vez com o apoio das forças da O.N.U. vão se encarregar disso elas próprias, os elementos Cristãos e Drusos claramente maioritários no Exercito assegurar-se-ão no terreno daquilo que os seus lideres não conseguiram nas mesas das negociações, pois terão não só uma força militar da O.N.U. com poder de fogo para os apoiar como serão balizados por uma nova resolução que prevê isso mesmo de forma bastante clara. O Hizbollah a partir da agora ficará como partido, se reagir como força beligerante será eliminada como tal pelos seus e pela força da O.N.U.. O Hamas dessa forma e lateralmente perde o seu único ponto de contacto militar na região e terá que desarmar forçosamente, sendo outro grande derrotado. E lembremo-nos que é a Alemanha (aliado europeu de Israel) que vai controlar as costas do Líbano, porta de entrada das armas pois pela via terrestre poderiam ser fotografadas por satélite ou bombardeadas pelos aviões israelitas.

Desta forma podemos ver que as organizações representantes dos interesses Iranianos naquela parte do mundo ficaram limitadas. A aparente neutralidade dos estados Sunnis á Guerra que Israel fez ao seu vizinho foi um claro sinal que estes encaravam a Guerra como feita a um grupo aliado do Irão e não uma agressão ao Líbano como estado, para reforçar esta ideia temos a aceitação por parte de Israel a que forças Indonésias e do Qatar integrem a FINUL, o primeiro país não tem Xiias (mesmo sendo o país islâmico mais populoso) e o segundo tem uma minoria Xiia que tem dado que fazer ás suas autoridades, o que de si os faz uns aliados ideais para conjuntamente com o Exercito Libanês regular desarmar o Hizbollah. O cerco aos aliados externos do Irão era o objectivo de Israel (e dos U.S.A. que os apoiaram nesta incursão) como vimos este objectivo foi claramente conseguido, por esse motivo este é um dos principais derrotados do Conflito que se verificou.

A O.N.U. voltou com este conflito a ser o único parceiro a quem os U.S.A. poderiam recorrer para mediar o conflito e só ao abrigo da FINUL (Forças de Interposição das Nações Unidas no Líbano) e esta com um mandato renovado e com novas funções mais objectivas e especificas é que se poderia chegar a alguma situação em que esta Guerra fosse algo mais do que só mais uma entre Israel e o seu vizinho. A O.N.U. tem também um papel destacado na mediação da libertação dos prisioneiros e da sua troca. Por fim e aproveitando este “pacote” de credibilidade e intervencionismo que a O.N.U. assumiu prepara-se para sob os auspícios do Concelho de Segurança e com a mediação empenhada de vários estados (alguns que têm sido muito pouco multilaterais nos últimos tempos, como os U.S.A.) ao serviço desta, de tentar por um ponto final na ocupação das "Quintas de Cheba", veremos se este problema se resolve ou não?

A União Europeia, no seu conjunto, pelo protagonismo que exerce na FINUL (só esta o poderia fazer), no seu comando e na responsabilidade de desarmar o Hizbollah. A U.E. passa a ter uma missão militar em que realmente é visível (pois já tinha a missão da Macedónia e o comando na Bósnia) e em que esta desempenha um papel importantíssimo em termos geoestratégicos. Virão dizer os "Velhos do Restelo" é como pôr a cabeça dentro do Leão, talvez, mas se virmos bem, qual é a situação em que se assume um papel militar e geoestratégico importante, que não o é? A União Europeia com esta missão que se prevê longa e em que inevitavelmente no futuro ficará sozinha, poderá ter que começar a pôr mais a sério a criação de um exercito Europeu, ideia esta aliás partilhada por muitos europeus (como demonstram recentes sondagens a nível europeu), daí a oposição do Bloco de Esquerda, a tal esquerda alter-globalista, e da esquerda anti-imperialista (aquela que defende um império comunista totalizador e antidemocrático global) do Partido Comunista Português a esta intervenção. A U.E. ficaria assim mais forte e com uma renovada credibilidade interna e internacional, algo que estes dois “partidinhos” bem como a extrema-direita fascista abominam.

1 Comments:

Blogger branfer08@gmail.com said...

Na disputa da Cisjordânia e de Gaza, os palestinos, com seus atentados, matam um ou dois israelenses.
Os israelenses, em represália, matam DEZENAS de palestinos.
As baixas sempre são maiores do lado palestino.
O fato é que estão sempre se MATANDO.
Mas Israel não é “o povo de Deus”? E muitos palestinos não são “árabes cristãos”?

Cristo disse aos judeus: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. EU, porém, vos digo que não resistais ao mal... Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. EU, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos bendizei os que vos perseguem...” (Mateus 5:38-48).
Os que obedecem a Deus e a Cristo, deveriam seguir o exemplo de Jesus.
O apóstolo Pedro disse que “deveriam seguir o EXEMPLO (ou as pisadas) dele” (1 Pedro 2:21).
Quando foi preso, injustamente, Cristo disse que “o (seu) Reino não era deste mundo” (João 18:36).
SE fosse, ele e seus auxiliares teriam lutado. Como não era, eles não lutaram nem mataram os seus inimigos (2 Coríntios 10:3-6 – Filipenses 3:4-8 – Atos 8:1).

Esse foi o “exemplo” deixado pelos verdadeiros cristãos. Jesus disse que era para “amar um ao outro”. Mas não “amar como Caim amou, pois matou o seu irmão” (1 João 3:11,12).

Cristo ensinou a seus genuínos seguidores que, se preciso fosse, DESSEM a sua vida aos outros.
Dessem a sua vida. Não tirassem a vida (nem a de seus inimigos).
Seus seguidores deveriam fazer o mesmo (João 15:12-19) e a História mostra que fizeram isso mesmo.
NENHUM deles, nem dos apóstolos nem dos discípulos do primeiro século, fizeram a guerra.
Cristo disse que “só falava o que fora ensinado por Seu Pai”, que era o Deus de Israel (João 8:28).
Então, mesmo que os judeus não o aceitassem, deveriam fazer o que Jesus dizia, pois ele apenas REPETIA o que lhe foi ensinado pelo Deus deles.
Porém, os israelitas NÃO entenderam assim. Acabaram não cumprindo nem a Lei de Moisés (João 7:19) e nem os ensinamentos cristãos (Mateus 22:34-40).
Portanto, a MATANÇA que fazem na Palestina, não tem apoio nenhum na Bíblia.
Nenhuma das partes segue a Deus.
Nem os judeus nem os que se dizem cristãos (mas que participam daqueles atentados).

O que acontece por lá, dentro do contexto bíblico, parece ser o seguinte:
A Bíblia mostra que Deus deu a região atual da Palestina para Israel, mas que a TOMOU para si de volta.
Mostra, também, que, depois de Cristo, os judeus NÃO são, mais, a nação ou o “povo eleito” de Deus (Mateus 21:41-43 – Atos 10:34,35 e 15:14 – Gálatas 3:28,29).
Não é o caso de se prejudicar os judeus por causa dos palestinos. Não.
Mas também não é o caso de se prejudicar os palestinos por causa de Israel.
Os dois povos não vivem por lá? Vivem.
Os dois povos não têm direito às terras? Têm.
Os judeus foram EXPULSOS de lá por volta de 130 EC, na segunda revolta que fizeram contra Roma. Por mais de 1.800 anos então, ficaram fora daquela região.
Nesses 1.800 anos sem judeus, quem dominou aquelas terras foram os palestinos (ou os árabes que por lá viviam até a formação do Estado de Israel, em 1948).
Então, por que as Potências (ou o Quarteto) não intervêm e forçam Israel a permitir o Estado palestino? Afinal, isso já foi determinado pela ONU há muito tempo.

Não adianta Israel se apegar à Bíblia para mostrar a “legalidade” da sua posse.
Seus dirigentes não foram capazes de DISCERNIR a primeira vinda de Cristo.
Diziam que “não apareceria na Galiléia” e ele apareceu na... Galiléia! (João 7:45-52 – Isaías 9:1,2). Quando “Elias” apareceu, NÃO o reconheceram, pois era João Batista (Mateus 17:10-13 – 2 Reis 1:1-8 – Marcos 1:1-8).
Isso poderia mostrar que assim como, naquela época, se julgavam “representantes de Deus” e “pesquisavam a Bíblia”, mas NÃO entenderam o que os seus próprios escritos lhes diziam, poderia estar acontecendo a mesma coisa hoje. Portanto, não podem alegar a legitimidade de sua posse pela Bíblia, pois NÃO souberam interpretá-la naquela época e poderiam não saber interpretá-la, também, nos nossos dias.
A Bíblia deixa bem claro que, depois de Cristo, os judeus estão no mesmo nível de outras “raças”.
Não são nem mais nem menos do que os outros povos (Atos 10:34,35 – Gálatas 3:28,29).
A “posse” daquelas terras, somente pelo passado bíblico, NÃO tem mais nenhum apoio, nem moral nem legal (Mateus 21:41-43). Também não tem o menor apoio a matança que fazem por lá.
As Escrituras poderiam estar dizendo que os judeus não teriam mais DIREITO nenhum sobre a Palestina.

30/12/08 18:04  

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