Alexander Milinkevich, físico de 59 anos e líder da oposição política na Bielorússia, ganhou o Prémio Sakharov 2006 para a liberdade de pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu. A Bielorússia é muitas vezes referida como o último reduto de tirania da Europa e tem sido governada desde 1994 pelo Presidente Lukashenko. Em Março, Milinkevich foi candidato às eleições presidenciais, cuja regularidade foi contestada pela UE e pelos EUA.
Os apoiantes do Presidente Lukashenko afirmam que as eleições deste ano lhe conferiram 82% dos votos, contra 6% para Milinkevich. No entanto, os observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) consideraram as eleições "seriamente irregulares" e a delegação de eurodeputados foi impedida de entrar na Bielorússia antes das eleições. Após o acto eleitoral, o Presidente do Parlamento Europeu, Josep Borrell, referiu que as violações sistemáticas dos direitos humanos relativamente ao povo bielorusso não permaneceriam impunes. Na sequência das eleições, Lukashenko e outros titulares de pastas ministeriais foram impedidos de entrar na UE.
Tributo ao jornalismo bielorusso
Em Fevereiro deste ano, Alexander Milinkevich encontrou-se com eurodeputados e pediu-lhes apoio, afirmando, no entanto, que compete ao povo bielorusso alterar o estado de coisas. Em Setembro de 2005, uma resolução do Parlamento Europeu condenou o governo da Bielorússia pelo encerramento, nos últimos anos, de "diversos partidos políticos, 22 jornais e mais de 50 ONG pró-democracia (...) por criticarem o Presidente e as suas políticas". Foi esta a razão que esteve na base da atribuição do Prémio Sakharov 2004 à Associação Bielorussa de Jornalistas.
Alexander Milinkevich
Nasceu em 1947, em Hrodna, Bielorússia. Estudou física e matemática na Bielorússia, em França, nos EUA e na Alemanha. Foi professor associado na Universidade de Hrodna, Bielorússia, entre 1978 e 1980 e entre 1984 e 1990. Dirigiu o Departamento de Física da Universidade de Setif, na Argélia, entre 1980 e 1984. Em 2001 foi responsável pela campanha do candidato presidencial Siamion Domas e em 2006 foi candidato presidencial, contra o Presidente Lukashenko.
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