O OUTRO LADO DA MOEDA!!!

1.23.2007

Ressonância Schumann

A Ressonância Schumann dá-se no espaço entre a superfície da Terra e a ionosfera condutiva, que age como uma guia de ondas. As dimensões limitadas da Terra fazem com que esta guia de onda funcione como uma cavidade de ressonância para ondas electromagnéticas na banda ELF. A cavidade é naturalmente excitada pela energia dos raios. A frequência mais baixa (e a maior intensidade) da ressonância Schumann é na frequência aproximada de 7.83 Hz. Picos adicionais de ressonância são encontrados em 14, 20, 26, 33, 39 e 45 Hz.
Um artigo muito citado e pouco combatido do Teólogo Leonardo Boff, publicado no Jornal do Brasil em 05/03/2004, fala-nos da Ressonância Schumann que, segundo este, está a afectar a forma como percebemos o tempo. O mesmo artigo faz muito sucesso nos meios esotéricos e utiliza-se de elementos da ciência para passar uma certa credibilidade.

Vejamos:
Não só as pessoas mais idosas mas também as mais jovens têm a tendência ou passaram pela experiência de que tudo se está acelerar excessivamente. Ontem foi Carnaval, dentro de pouco será Páscoa, mais um pouco, Natal.

Esse sentimento é ilusório ou tem base real?

Procura dar-se uma explicação a este fenómeno através da Teoria da ressonância Schumann. Foi o físico alemão Winfried Otto Schumann que constatou, em 1952, que a Terra é cercada por um campo electromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera a cerca de 100km acima de nós.

Esse campo possui uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schumann), mais ou menos constante, na ordem das 7,83 pulsações por segundo e funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera que é uma condição comum a todas as formasde vida, ou seja esta verifica-se também em todos os vertebrados sendo que o nosso cérebro é dotados da mesma frequência de 7,83Hz (hertz).

Segundo a teoria de Leonardo Boff durante vários milhares de anos as batidas do coração da Terra tiveram essa frequência de pulsações e a vida desenrolava-se por causa desse facto em relativo equilíbrio ecológico. A mesma teoria defende que a partir dos anos 80, e de forma mais acentuada a partir dos anos 90, a frequência passou de 7,83 para 11 e para 13Hz por segundo, ou seja segundo o Teólogo citado o coração da Terra disparou, verificando-se coincidentemente desequilíbrios ecológicos, de entre algumas:
Perturbações climáticas;
Maior actividade vulcânica;
Crescimento de tensões e conflitos no Planeta Terra;
Aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas.

Devido à aceleração geral e segundo a mesma teoria, a o dia que tem 24 horas, na verdade, tem somente 16 horas, portanto, a percepção de que tudo se está a passar rápido demais não é ilusória, mas teria base real nesse transtorno da ressonância Schumann.

O texto contínua, mas a parte principal é essa acima. Seria verdade?

De facto, a Ressonância Schumann existe, mas ao contrário do que o texto diz, a ressonância não é constante em 7,8 Hz, na verdade poderíamos falar em "Ressonâncias Schumann" pois, embora 7,8 Hz seja a mais forte, existem oscilações de 8,14 e até 20 Hz nesta faixa.

Outro erro é dizer que houve uma mudança nas ondas a partir dos anos 80, não é verdade, pois ao longo dos anos, as frequências oscilam levemente (menos de 0,3 Hz) em torno da média devido à radiação de microondas do Sol, mas, como podemos ver aqui, não é nada que chame a atenção.

O único detalhe interessante é que a frequência está a chegar próximo a 8 Hz, e SE houver alguma relação entre o nosso cérebro e essa frequência (não há nada cientificamente provado, nem mesmo sugerido a esse respeito), isso significa que estaremos a sair da influência entorpecente das ondas Teta para um maior "despertar" das ondas Alfa.

Mas isso é apenas uma leitura esotérica, não científica, mas enfim, a Teoria referida é esotérica...

Ou seja essa coisa do tempo estar mais acelerado por conta das ondas Schumann é completamente ilusória, pois, se o fosse, o tempo percebido por nós estaria apenas 0,3 mais rápido, quando qualquer pessoa pode dizer que o tempo parece estar muito mais acelerado do que isso, embora o relógio continue a marcar as 24 horas.

Partilho por isso do ponto de vista de quem me enviou este excelente artigo que é que a percepção de aceleração tem a ver com a quantidade de informação que as pessoas recebem diariamente e da qual não têm noção, mas faz com que o tempo pareça, repito pareça, andar mais rápido, ou seja é preciso que as pessoas entendam que percepção de uma coisa não é a realidade dessa coisa.

1 Comments:

Blogger Ana Saraiva said...

Fascinante e intrigante... E pus-me a pensar: a ciência mais não é do que a percepção validada e temporariamente comprovada de uma coisa, também não é a realidade coisa. Ler sobre uma "ressonância Schumman" depois de ontem ter assistido a um concerto onde se tocou uma peça de Schumman, comprime-me o tempo numa onda poética:)

28/1/07 09:55  

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