O sítio vai ter uma semana agitada com os professores a preparar uma manifestação contra a política de Educação do Governo e naturalmente contra a ministra da pasta. Importa conhecer as razões que levam os professores para a rua.
Os professores vão para a rua porque uma senhora com um saudável mau feitio, de seu nome Maria de Lurdes Rodrigues, acabou com o Ministério dos Professores e tenta, há três anos, criar o Ministério da Educação.
Os professores vão para a rua porque a ministra acabou com a pouca vergonha dos furos nos horários dos alunos, horários esses feitos à medida dos gostos e interesses dos professores, e criou as aulas de substituição, situação que obriga as senhoras e os senhores a passar mais tempo nas escolas.
Os professores vão para a rua porque Maria de Lurdes Rodrigues fez aprovar um novo Estatuto da Carreira Docente que acabou com os privilégios e regalias, muitas delas obscenas, do anterior estatuto tão do agrado dos sindicatos.
Os professores vão para a rua porque o novo Ministério da Educação, ainda em formação neste sítio cada vez mais mal frequentado, decidiu avançar para a avaliação dos senhores e senhoras que são pagos para ensinar a ler e a escrever as crianças do sítio.
Os professores vão para a rua porque a ministra decidiu enviar para as escolas centenas de sindicalistas que não punham lá os pés há muitos anos.
Os professores não vão para a rua protestar contra o insucesso escolar.
Os professores não vão para a rua indignar-se com o abandono escolar.
Os professores não vão para a rua gritar contra as notas miseráveis em Português e Matemática.
Os professores não vão para a rua exigir um ensino de qualidade que acabe com as os vergonhosos conhecimentos dos alunos nas disciplinas da área de ciência.
Os professores não vão para a rua, vestidos de negro, lamentar o analfabetismo e a iliteracia das crianças e adolescentes.
Os professores não vão para a rua protestar contra estes miseráveis trinta anos de ensino que colocaram Portugal numa situação inqualificável na União Europeia.
Não.
Os professores vão para a rua defender a incompetência e o laxismo.
Os professores vão para a rua porque a política do Governo colocou os interesses de pais e alunos acima dos seus privilégios.
Os professores vão para a rua porque o seu Ministério da 5 de Outubro está a ser substituído por um Ministério da Educação.
Os professores vão para a rua, apoiados pelo PCP, PSD e parte do PS, porque têm medo de ser avaliados.
Os professores vão para a rua porque a vergonha há muito deu lugar à pouca vergonha neste sítio chamado Portugal.
António Ribeiro Ferreira
P.S. - Concordo quase totalmente com este artigo, apenas discordo da ideia que o autor tem que não se evoluiu nada nos últimos 30 anos e que a educação era boa antes do 25 de Abril, o que não é verdade pois tanto a taxa de analfabetismo como a elitização do ensino superior isso contradiziam, para além disso decidi publicar esta opinião depois de ter recebido este e-mail de um professor e com o título "Quem é capaz de calar este senhor", o mesmo diz tudo sobre o que muitos destes sindicalistas (comunistas que defendem a "ditadura do proletariado" e por isso com grande autoridade para defenderem a liberdade!!!) acham da liberdade de expressão, deve ser a mesma que ensinam aos estudantes, por isso é que cada vez mais as novas gerações de estudantes são mais interventivos democraticamente e não alienados. Ainda me lembro de quando era dirigente associativo estudantil haver professores que faltavam todas as 5ª Feiras para ir á feira de Carcavelos fazer compras ou do laxismo que existia na sua avaliação a tal ponto que quando um pai no Concelho Pedagógico a que eu pertencia sugeriu uma avaliação diferente foi unânime a sua reacção de recusa, como se diz em Lisboa em "casa de ferreiro espeto de pau"!!!