A laicidade aparente...
Pois bem o que sentimos, na Área Urbana de Lisboa, é que a minoria governa a maioria, isso mesmo no máximo cerca de 45% da população (na versão optimista) governa os restantes 55%, ou seja por omissão uma significativa parte dos cidadãos deste país, fica nas mãos de uma minoria retrograda, mas se vivêssemos num Estado Regional de Lisboa e Setúbal essa minoria seria apenas de 11%, tenho por esse motivo que me resignar á ideia que vivemos num país em que em largas zonas fora desta área urbana, a que chamo minha pátria, é retrograda, pequena e conservadora e apoia a manutenção do “status quo” em que vivemos.
Na Região Autónoma da Madeira (acho a designação particularmente feliz), onde um povo ignorante elege á largos anos, ajudado pela mão fiel do clero Católico Apostólico Romano, um político populista, de seu nome Alberto João Jardim, inaugurou-se no dia 15 de Agosto ultimo uma estátua, do Beato Carlos da Áustria, para que esse facto se verificasse o Governo Regional envolveu-se directamente na beatificação de tal personagem, os fins invocados serão os turísticos, não obstante o facto transformou declaradamente tal ilha num estado regional confessional, algo que já estava em marcha á muito tempo, quem não se lembra da protecção dada ao clero católico a quando do julgamento do Padre Frederico, a campanha ás portas das Igrejas do caudilho que governa aquela região, os apoios directos á manutenção das igrejas, a influência desmedida do Bispo do Funchal sobre o Governo e a sua permanente presença em todos os actos oficiais, sendo equiparado a um ministro, ou as constantes afirmações de teor beato com o forte cunho católico apostólico romano do caudilho governante.
A Igreja católica apostólica romana tem desse modo, na Região Autónoma da Madeira, e a par com a Polónia e a Irlanda os únicos estados claramente confessionais Católicos Apostólicos Romanos da Europa (também existem os confessionais protestantes como o que resta do império Inglês nas Ilhas Britânicas, a Noruega ou a Suécia, três ditaduras mascaradas de constitucionais), temos por esse motivo que estar atentos, nós que defendemos a laicização do estado, para as tentativas constantes da parte da Cúria Católica Apostólica Romana, fortemente enfeudada na Opus Dei (notou-se claramente, com a etronização do ultimo ditador governante do catolicismo apostólico romano, que tanto os Jesuítas como os Dominicanos e os Franciscanos, perderam o controle do Papado) para tornar os países com fortes minorias católicas em estados confessionais.
Resta-me o consolo das sucessivas derrotas, do Catolicismo Apostólico Romano e das suas tentativas de confessionalização estadual com a perca de influência generalizada no poder político da América Central e do Sul, a derrota do Governo Regional Açores, fortemente influenciado pela Opus Dei, as sucessivas derrotas dos governos nacionalistas católicos da Croácia e dos governos tutelados pela Opus Dei de José Maria Aznar e de Santana Lopes, ou a derrota sucessiva dos diplomas conservadores católicos nos governos da aliança de direita Francesa, com reforço do laicismo, e a vanguarda destes na defesa de uma Constituição Europeia não confessional, conjuntamente com a Bélgica e a Holanda, não esquecendo a vergonhosa actuação dos dois países Ibéricos ao defenderem o contrário.
Mas não baixemos os braços, descurar as defesas diante de alguém que pôs á frente do Papado, o ex-cardeal protector das doutrinas retrogradas do Vaticano e censor das atitudes mais conciliatórias da parte da Religião Católica Apostólica Romana, este papa, ex-nazi e membro das fanáticas forças antiaéreas do III Reich alemão, tenta-se promover como um amante da Paz, mas fundamenta-se numa aliança de conservadores das várias religiões (os protestantes puritanos americanos, as diferentes ortodoxias cristãs do leste, os ortodoxos judeus ou as ditaduras fundamentalistas do islão e no seu clero) para tentar através de uma divisão de áreas de influência e tentando nas diversas conferências das Nações Unidas, impor as suas visões retrogradas, e conseguindo-o em algumas delas, por exemplo na da SIDA, em que conseguiu que o preservativo não fosse uma das armas generalizadas nessa luta e influir nas decisões finais.
Nos últimos tempos várias batalhas foram ganhas e muitas perdidas, estamos a prepararmo-nos para outras, que com certeza irão ter influência na decisão sobre o futuro pela laicização deste planeta, os que defendem a Laicização do estado tem que se organizar e unir, e estão a fazê-lo, cabe a cada um de nós fazer a nossa parte, tal como faço a minha parte denunciando as situações e sendo activista em várias lutas, espero que também TU faças a tua...
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