O OUTRO LADO DA MOEDA!!!

2.28.2006

Sistemas eleitorais e Partidos Políticos I


«Sistemas eleitorais e Partidos Políticos I:
processos de recrutamento de lideres e mecanismos de selecção de candidatos.
»
Biblioteca-Museu República e Resistência
(Rua Alberto de Sousa, 10-A à zona B do Rego)
Quinta-feira, dia 2 Março de 2006, pelas 21.00h.
No âmbito do ciclo sobre a «Reforma do Sistema Político Português», e no suporte da iniciativa do «Call for Papers», o Clube «Loja de Ideias» apresenta a conferência «Sistemas eleitorais e Partidos Políticos I: processos de recrutamento de lideres e mecanismos de selecção de candidatos.»

Este evento apresenta a primeira parte de um conjunto de reflexões sobre os Partidos Políticos, partindo sempre da premissa da inevitabilidade sistémica da existência dos mesmos como intermediários privilegiados entre os cidadãos-eleitores e o Estado. Neste conjunto de três iniciativas, procuraremos, além da conferência anunciada, deambular sobre os possíveis processos e propostas de reformas internas (a 6 de Abril) e sobre as características das democracias partidárias (a 4 de Maio).

Em todas as iniciativas a ideia é apresentar uma dupla dimensão analítica, criando um espaço discursivo preenchido quer por académicos quer por políticos, procurando no confronto entre a Teoria e a Prática o espaço de construção da reflexão.

A iniciativa contará com a presença dos seguintes conferencistas:

Pedro Mota Soares, deputado do CDS/PP

Representante do P.C.P.T./M.R.P.P.

José Tavares Castilho (CEHCP-ISCTE), sobre recrutamento político no Estado Novo

Moderador: Paulo Dias (Clube «Loja de Ideias»)

Debate aberto ao público!!!

O Clube «Loja de Ideias» apresenta-se como uma iniciativa não partidária e não ideológica e tem como objectivos contribuir para a construção de novos espaços de debate e intervenção política, fora dos círculos institucionais, visando uma melhor e oleada articulação entre a sociedade civil e a sociedade política e partidária. Em suma, interessa-nos a actividade cívica, articulada numa múltipla dimensão social, política e cultural, contribuindo para uma redefinição conceptual do Espaço da Cidade Contemporânea.
Contacto:
José Reis Santos
josereissantos@gmail.com

2.26.2006

Se a estupidez pagasse imposto o Ministério Público estava todo carimbado...

Se a estupidez pagasse imposto o Ministério Público estava todo carimbado, a razão é a seguinte:

Conferência de Imprensa – 24/02/2006
(na Sede da Associação 25 de Abril, em Lisboa)

EM DEFESA DA MEMÓRIA,
SOMOS TODOS ARGUIDOS !

Participantes em representação do Movimento Cívico:
Martins Guerreiro
Duran Clemente
João Almeida
Henrique Sousa

Dois membros do Movimento Cívico “Não Apaguem a Memória!”, Coronel Duran Clemente e João Almeida, foram convocados pela PSP nos dias 20 e 21 de Fevereiro e constituídos arguidos a propósito duma concentração cívica junto às antigas instalações da sede da PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso, em que estiveram presentes, no passado dia 5 de Outubro, tal como muitos outros cidadãos amantes da liberdade e preocupados com a preservação da nossa memória colectiva.

Este facto, causador de natural estupefacção e indignação, suscita a este Movimento Cívico o seguinte esclarecimento e tomada de posição:

- A concentração informal de cidadãos realizada em 5 de Outubro, para protestar contra a conversão das antigas instalações da PIDE/DGS, sinistra instituição do fascismo responsável pela prisão, tortura e mesmo assassinato de milhares de portugueses, em condomínio residencial fechado, revestiu-se de um carácter sereno, pacífico e em nada perturbador da ordem pública, como todos os presentes puderam testemunhar, incluindo os representantes da Comunicação Social que lá se deslocaram.

- A pretensão de autoridades policiais de converterem em crime uma legítima acção colectiva de cidadãos, que tranquila e serenamente exprimiram o seu ponto de vista, no uso das liberdades consagradas na Constituição, e de assim desperdiçarem recursos, tempo e meios tão necessários para o efectivo combate ao crime e à corrupção, é uma incompreensível acção intimidatória que importa denunciar para que suscite um generalizado, firme e mais vasto movimento de repúdio na sociedade portuguesa.

- A tentativa de reprimir um acto de cidadania é tanto mais intolerável quanto a nossa sociedade democrática o que precisa é de mais participação e de mais iniciativa dos cidadãos e não o contrário!

- Aos nossos companheiros vítimas desta perseguição arbitrária, injustificada e sem fundamento, afirmamos publicamente a solidariedade activa de todos os membros do Movimento Cívico e a exigência de que seja posto termo a esta ridícula e injustificada perseguição policial.

E, com toda a clareza, afirmamos: fomos muitos, membros ou não deste Movimento Cívico depois constituído, os que estivemos na concentração informal de 5 de Outubro. Todos somos responsáveis por um acto de liberdade que deveria ser, não perseguido nem criminalizado, mas valorizado como um pacífico exercício de cidadania responsável!

O Movimento Cívico “Não Apaguem a Memória!”, foi constituído em reunião plenária na Biblioteca-Museu da República e Resistência, prestigiada instituição devotada à investigação histórica e divulgação de valores democráticos, a partir de cidadãos que estiveram presentes na concentração de 5 de Outubro e que entenderam que era necessário prosseguir, de modo organizado e continuado, o esforço de mobilização cívica para a preservação da memória colectiva sobre a ditadura do chamado “Estado Novo” e sobre os combates pela liberdade travados nesse período por muitos portugueses.

Tem vindo a colher a adesão e o apoio de portugueses dos mais diversos quadrantes sociais e políticos, de prestigiados resistentes antifascistas, de sindicalistas, de historiadores, de escritores, de organizações sociais relevantes, como a prestigiada Associação 25 de Abril (cujas instalações nos foram cedidas para esta iniciativa e que tem sido incansável no seu continuado apoio), a Fundação Humberto Delgado, a FENPROF, o SPGL, o STML, a ATTAC, a Associação República e Laicidade, etc...

Este Movimento Cívico está a realizar contactos com diversas entidades públicas e organizações sociais, no sentido de dar corpo aos objectivos que orientaram a sua constituição e que estão expressos no abaixo-assinado sujeito à subscrição pública, o qual num curto espaço de tempo reuniu já mais de 1 500 assinaturas.

Queremos aqui destacar o frutuoso e positivo diálogo institucional estabelecido com o Ministério da Justiça e com representantes da magistratura judicial do Tribunal da Boa Hora, que conduziu já à autorização superior para ali ser instalada uma placa memorial que recorde o que foi o tristemente célebre Tribunal Plenário da ditadura. O diálogo agora estabelecido com a Câmara Municipal de Lisboa para que seja possível, pela cooperação de esforços e pelo diálogo com o promotor imobiliário, encontrar uma solução que preserve no local a memória e a lição, para as futuras gerações, do que foi a sinistra PIDE/DGS e de quem ali resistiu. Os contactos com deputados (vários dos quais, de diversos grupos políticos, subscritores do abaixo-assinado) e grupos parlamentares para a sensibilização da Assembleia da República no sentido de assumir também o seu indispensável papel na responsabilização do Estado pela salvaguarda, investigação e divulgação da memória do fascismo e da resistência, designadamente no que respeita aos seus espaços simbólicos mais importantes que sejam de carácter público. Os contactos em curso com a Câmara Municipal de Peniche e a preparação duma grande deslocação colectiva ao Forte de Peniche, no sentido de contribuir para a necessária mobilização e convergência de todas as boas vontades no sentido de serem assegurados os necessários apoios públicos à necessária e qualificada preservação daquele espaço, cuja história é inseparável da memória da repressão das liberdades, mas também de alguns dos momentos mais significativos da resistência.

Tudo isto, todo o activismo deste Movimento, queremos sublinhá-lo, assenta no voluntariado e na solidariedade e estímulo de organizações sociais e instituições que têm compreendido e valorizado a nobreza e interesse social e cívico dos seus propósitos.

Assim vamos continuar, não desistindo de combater para que espaços simbólicos como o Aljube, o Forte de Caxias, o Forte de Peniche, as instalações fundamentais da antiga PIDE/DGS, contenham espaços, elementos memoriais e históricos que preservem o significado e as lições dum período decisivo da História do século XX português.
Porque sem preservação da memória, não é possível construir um melhor futuro!

Movimento Cívico “Não Apaguem a Memória!”
Rua da Misericórdia, 95
1200-271 Lisboa
contacto@maismemoria.org

...pessoa(s) e os sonhos...

Sonhei, confuso, e o sono foi disperso,
mas, quando dispertei da confusão,
vi que esta vida aqui e este universo
não são mais claros do que os sonhos são
obscura luz paira onde estou converso
a esta realidade da ilusão
se fecho os olhos, sou de novo imerso
naquelas sombras que há na escuridão.

Escuro, escuro, tudo, em sonho ou vida,
é a mesma mistura de entre-seres
ou na noite, ou ao dia transferida.

Nada é real, nada em seus vãos moveres
pertence a uma forma definida,
rastro visto de coisa só ouvida.

Fernando Pessoa, 28-9-1933

2.22.2006

Revista «Clube da Europa» lançada esta semana.


É lançada esta semana a revista «Clube da Europa», publicação com uma tiragem de 60 mil exemplares dirigida aos estabelecimentos de Ensino Secundário portugueses e que contou com o financiamento do Parlamento Europeu (PE).

Segundo a Companhia de Ideias, que lança a publicação, trata-se de uma edição única, de distribuição gratuita, com 16 páginas.

A distribuição aos cerca de 500 estabelecimentos do Secundário será feita por correio e através da Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP) e da Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Secundário e Básico (FNAES).

Os conteúdos versam a história da Europa, a composição actual do PE, dicas para pesquisar e encontrar informação nos «sites» europeus e uma lista de oportunidades de estudo, estágios e carreira na União Europeia (EU).

Inclui ainda propostas de temas para debate - como «Porque não uma língua única europeia?» ou «Os alargamentos da UE devem continuar?» -, dentro e fora das salas de aula.

A revista desdobra-se, no blog clubedaeuropa.blogspot.com. Os estudantes são desafiados a participar no passatempo, enviando textos da sua autoria. O mais criativo irá à televisão participar no programa «Europa. Os próximos 20 anos», com estreia agendada para o próximo dia 20 de Fevereiro.

Fonte da noticia: Diário Digital

2.21.2006

O laicismo da Comunicação Social !!!

O laicismo da Comunicação Social neste rectângulo nos extremos da Europa fica á mesma distancia do que como na restante Europa se aborda este assunto, ou seja nos antípodas de qualquer razoabilidade, senão vejamos:

Como quando foi com o funeral do Papa João Paulo II, a Beatificação dos Pastorinhos (videntes só se forem do óbvio), o Congresso Internacional para a Nova Evangelização e a procissão das Relíquias de Santa Teresa de Lisieux no início do mesmo, em que todos os canais de televisão generalistas mais os dois noticiosos do cabo (SIC Noticias e RTP Noticias) bem como uma série de rádios transmitiram em directo estes eventos, a palhaçada repetiu-se agora até ao vómito, desta vez com a transladação de Lúcia de Jesus, também conhecida por Irmã Lúcia (a Santa antes de o ser), de Coimbra para Fátima.

Eu não pago os meus impostos para que tenha que dar á RTP e á sua afiliada no cabo, bem como a Antena 1 para que transmitam coisas que detêm um escasso fundamento para serem consideradas de serviço público, se as estações privadas o quiserem fazer, estão no seu direito pois é uma opção destes, mas agora e analisando as audiências nestes dias, vê-se claramente que sobe em flecha a audiência em todos os canais da TV Cabo.

A RTP, bem como a Antena 1, que são viabilizadas e financiadas por dinheiros de muitos milhares de descrentes, com outra crença e religião e indiferentes (embora baptizados, mas cada vez mais sem o serem) deveriam informar, quiçá transmitir flashes de informação e porque não alguns directos sobre o evento, mas agora dedicar entre cinco a dez horas seguidas a cada um destes eventos é completamente abusivo.

E ao contrário do que poderemos pensar, esta opinião é partilhada por muitos milhares de crentes, pois muitos não se revêem nos chamados milagres de Fátima ou não querem passar as suas tardes e com informação até á exaustam perderem o seu dia de descanso com esta programação.

Se a Igreja Católica Romana e os seus cada vez mais apaniguados média pensam que tal atrai fieis á sua causa, podemos estar assegurados que não, o problema é que desperdiça imensos recursos que poderiam ser utilizados de outra maneira.

Espero que a nova Alta Autoridade para a Comunicação Social intervenha, senão, será mais um nado morto criado por uma também cada vez mais nado morta nação.

Grande ideia!!!

Está aberto o concurso, eu associo-me á ideia publicitando-a e sendo um dos primeiros compradores do programa, que terei o prazer de o instalar em todos os meus electrodomésticos:

Primavera da Europa

Já ouviu falar da iniciativa "Primavera da Europa"? Desde 2002, centenas de escolas de toda a Europa têm vindo a associar-se a esta iniciativa de debate, de diálogo e de formação pedagógica sobre as questões europeias.

Saiba como participar através da seguinte ligação (em inglês): Primavera da Europa 2006

Hamas e Maçonaria...

Recebi este e-mail e gostava de partilhar esta curiosidade convosco:

Leiam o que o Movimento de Resistência Islâmico – Hamas (que costuma fazer campanhas eleitorais explosivas em autocarros, discotecas, etc. e sendo o actual Autoridade Palestiniana) diz sobre os Franco-mações.

T.'.A.'.F.'. do J.'. S.'.

Carta do Hamas (traduzida da versão inglesa e francesa)

ARTIGO DEZASSETE: (...) É por isso que os vemos dar toda a atenção, através das informações, das campanhas cinematográficas, dos programas escolares, através dos seus lacaios que são infiltrados, através das organizações sionistas que utilizam diferentes nomes, como os franco-mações, o Rotary e outros grupos de espionagem que não passam de células de subversão e de sabotadores. (...) O dia em que o Islão tomar o controle dos assuntos da vida, estas organizações hostis ao Islão e à humanidade desaparecerão.

ARTIGO VINTE E DOIS: Há muito que os inimigos intrigam, habilmente e com precisão para realizar os seus objectivos. (...) Com os seu dinheiro tomaram conta dos media do mundo inteiro (...) organizaram revoluções (...) construíram sociedades secretas como os franco-mações, os clubes Rotary, os Lyons e outras, em diferentes partes do mundo, com a finalidade de sabotar as sociedades e servir os interesses sionistas (...).

ARTIGO VINTE OITO: A invasão sionista é viciosa. Ela não recua perante nenhum meio e método, utilizando todos os meios viciosos e desprezíveis para realizar o seu objectivo. Apoia-se nas organizações que criou, a saber, os franco-mações, os clubes Lyons, o Rotary, para as operações de infiltração e espionagem. Todas estas organizações, secretas ou não, trabalham para o sionismo e agem segundo as suas instruções. O seu objectivo é o de minar a nossa sociedade, destruir os valores, corromper as consciências e aniquilar o Islão. Estas sociedades, secretas ou não, estão por detrás da venda de droga e do alcoolismo, para facilitar a sua expansão.

Observações pessoais:
Ao meter-nos no mesmo saco dos Lyons e dos Rotary, não estão a ser abusivos, pois é conhecida a ligação destas organizações á Maçonaria, pois existem uma grande maioria de confrades que pertencem a esta organização e ás duas atrás referidas, facto que acontece nos países anglo-saxónicos, nos restantes e por vicissitudes várias (nomeadamente a existência de ditaduras que governaram alguns desses países durante muitos anos) essa ligação foi-se perdendo, chegando ao ponto de em países latinos, como Itália, Espanha e Portugal ou na totalidade dos países da América do Sul, ser profundamente mitigada, sendo estas organizações mais ligadas aos construtores civis (no caso dos Rotary) ou ao mundo dos pequenos proprietários rurais e pequenos comerciantes (os Lyons).

Pelos vistos existe um ponto comum entre estas opiniões e as da Opus Dei, deveriam unir-se na sua luta, tal como nós de certeza nos iremos unir na nossa, veremos quem sobrevive, pois se nem a inquisição acabou connosco, não seriam estas cartas de intenções que nos assustariam.

2.15.2006

Noticia...

Normalmente dar uma notícia sobre nós mesmos costuma soar a auto elogio ou a convencimento de que somos mais do que na realidade podemos ser, mas hoje recebi um convite muito amável para ser um dos Membros do Gatil do Blog: Gata Chalupa, não que aquilo seja um saco de Gatos, mas parece-me ser um projecto interessante, agora pelos vistos, vão contar com as minhas intervenções.

Não deixarei de ser polémico e defender as minhas ideias, mas com certeza que quem me efectuou o convite não queria que eu fosse de outro modo, tentarei e ao abrigo do espírito do Blog ter algum humor, e quem me conhece sabe no entanto que sou sarcástico e irónico o quanto baste nessa área e que o meu humor é tudo menos fácil, mas enfim veremos como é que correrá...

2.12.2006

Aqueles que não compreendem nem o Islão nem a liberdade

Depois da publicação das caricaturas alusivas à pessoa do Profeta, por razões provavelmente mal intencionadas, a reacção de certos muçulmanos situa-se para além do surrealismo.
Os regimes "muçulmanos" e cartas organizações "islâmicas", como a UOIF (1) em França por exemplo, vão até à exigência patética de desculpas solenes dos chefes de governo dos países onde as caricaturas foram publicadas. Em França, o acontecimento tomou proporções "eliseiescas" (2)
Esta reivindicação, insólita na memória árabe, suscita muitas interrogações. Será que esses muçulmanos ignoram o ensinamento corânico que nos incita a transcender as polémicas ? Será que não têm no seu coração o versículo "e quando eles (os crentes) são interpelados pelos ignorantes, dizem: Paz"? Será que não sabem que o Profeta sofreu os tormentos e as injúrias mais humilhantes? Que quando os politeístas da sua época o qualificaram de efabulador e impostor, ele não lhes torceu o pescoço, antes respondeu-lhes: "Deus fará justiça no dia da retribuição."
Será que esses muçulmanos ignoram que o Islão, que traduziu e estudou os filósofos mais ateístas e que argumentou face às ideologias mais perigosas, destruidoras e semeadoras de dúvidas, não deveria tremer hoje perante um desenho caricatural e de mau gosto?
Contudo, uma religião segura de si própria, convicta da sua solidez, não pode eximir-se às críticas e aos questionamentos. Então, como querem eles que as bases do Islão vacilem hoje perante uma provocação fútil?
Quanto à outra ignorância, ela é ainda mais grave. Será que esses muçulmanos ignoram que a liberdade de expressão mais total constitui um edifício comum a todos os pensamentos, construído por todas as convicções, mesmo as mais contraditórias e inassimiláveis? Cada qual tem o direito de cidadania, seja ele bonito ou feio, louco ousábio, provocador ou responsável. Será necessário recordar que é graças a essa mesma liberdade de expressão que o próprio Islão pode erguer a sua voz nos países democráticos? Que impede um muçulmano, em França ou em qualquer outro local da Europa, de propor os seus valores? Que entrava um crente que pretende publicar as suas convicções? Não é permitido a todos os cidadãos, muçulmanos inclusive, criticar qualquer projecto ou promover qualquer acção? No momento em que o Islão não tem «boa imprensa» no Ocidente, é graças a essa mesma liberdade que nós, muçulmanos, nos podemos defender plenamente.
O meu espanto é grande quando vejo que toda uma mobilização diplomática, inédita na história dos países muçulmanos, se põe em andamento para pressionar os chefes de Estado e de governo com o objectivo de conseguir as suas desculpas e a sua «mea culpa». Contudo, esses mesmos governantes e esses mesmos chefes de Estado nunca estiveram um só dia ao abrigo da sátira mais feroz e da caricatura mais cáustica.
Quando certos Estados árabes boicotam diplomatica e economicamente a Dinamarca, país calmo e pacífico, que pensar da sua docilidade face aos Estados Unidos a quem infelizmente se oferecem, de punhos atados?
Quanto ao apoio do rabinato e da Igreja de França, ele só pode suscitar os agradecimentos vivos e sinceros dos muçulmanos pela expressão dessa solidariedade. Mas gostaríamos de a ter também para os homens e as mulheres da Palestina, do Iraque, da Tchetchénia e de outros locais, privados dos seus direitos fundamentais e vítimas de atentado à sua dignidade.
O verdadeiro debate está noutro lado. Trata-se, de facto, da justaposição de dois direitos absolutos : o direito a ter convicções religiosas que sejam completamente respeitadas e que não sejam fustigadas ou estigmatizadas, e o direito a exprimir-se a qualquer momento, designadamente para comentar ou criticar projectos sociais concretos e acções políticas palpáveis.
Quanto à convicção íntima ou metafísica das pessoas, não sei se ela é do domínio da liberdade de expressão. Reflictamos!
por Soheib Bencheikh – Teólogo, antigo mufti (3) de Marselha, é director do Institut Supérieur des Sciences Islamiques (ISSI) [ Instituto Superior de Ciências Islâmicas].
(1) UOIFUnion des Organizations Islamiques de France [União das Organizações Islâmicas deFrança].
(2) O adjectivo "élyséiesques" do texto original é formado a partir de "Élisée" – "Palais de l’Elysée" [Palácio do Eliseu] – onde o governo francês está sedeado.
(3) Intérprete da Lei muçulmana.
P.S. – Agradeço ao Luis Mateus da Associação República e Laicidade a cedência, tradução e notas do texto acima publicado.

2.08.2006

Os desafios demográficos em Portugal e na União Europeia

Por iniciativa dos deputados Edite Estrela e Joel Hasse Ferreira, realiza-se em Lisboa, no próximo dia 10 de Fevereiro, a Audição Pública "Os desafios demográficos em Portugal e na União Europeia", cujo o programa se encontra aqui.

O evento é promovido no âmbito da preparação dos Pareceres que os dois eurodeputados socialistas irão apresentar sobre esta matéria, nas Comissões dos Direitos da Mulher e de Ambiente do Parlamento Europeu, no caso de Edite Estrela, e na Comissão dos Assuntos Sociais, no que concerne a Joel Hasse Ferreira.

A sessão irá contar com as intervenções do Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, José António Vieira da Silva, do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão, do Presidente da Associação Portuguesa de Demografia, Mário Leston Bandeira, da Demógrafa e Professora Associada na Escola Nacional de Saúde Pública, Ana Fernandes, e ainda dos deputados organizadores da iniciativa.

Todos os convidados desta Audição, para além de poderem ser esclarecidos quanto à temática em debate terão oportunidade de intervir na discussão, através de questões colocadas aos oradores ou de comentários.
Assegurar a presença dos representantes das principais instituições que trabalham sobre questões relacionadas com a demografia, a igualdade do género ou a União Europeia é um objectivos, bem como a participação de todos os interessados, fica por isso aqui o convite.

Plano de Acção Comunitário relativo à Protecção e ao Bem-Estar dos Animais 2006-2010

Um dos compromissos estabelecidos pela Comissão Europeia em matéria de protecção e bem-estar dos animais foi a definição, para os próximos anos, de um sentido para as políticas comunitárias nesta área.
Tal compromisso materializou-se agora com o Plano de Acção Comunitário relativo à Protecção e ao Bem-Estar dos Animais 2006-2010, apresentado pela Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho.

A Delegação Portuguesa do Grupo Socialista no Parlamento Europeu e o Deputado Paulo Casaca, na qualidade de Presidente do Intergrupo para o Bem-Estar Animal do PE, congratulam-se com esta iniciativa e pretendem divulgá-la, uma das acções é a realização no próximo dia 10 de Fevereiro, das 10h30 às 13h00, nas instalações da Representação do Parlamento Europeu em Lisboa (Largo Jean Monnet, 1-6°), de uma Audição Pública sobre o referido Plano de Acção, com a presença de Andrea Gavinelli, da Unidade do Bem-Estar Animal e Alimentação da Direcção Geral da Saúde e Defesa do Consumidor da Comissão Europeia, de Leonor Galhardo, consultora do Eurogrupo para o Bem-Estar Animal, de organizações nacionais ligadas ao bem-estar animal e à agricultura e de representantes de órgãos de comunicação social, estendem também este convite á restante população, deixo-vos então o mesmo.

Lisboa com neve em 1954...

Estas fotos que me chegaram ao meu e-mail através de Paulo Rosado da Silva demonstram como ficou Lisboa no nevão anterior em 2 de Fevereiro de 1954, enquanto Lisboa era governada pelo provinciano e estrangeiro de Santa Comba Dão, que a pôs num Inverno Politico, não deixa de ser estranho que ao nevar em Lisboa, não se veja pessoas na rua a brincar na Neve, nesta altura a até a alegria era vista com maus olhos!!!


As fotos acima foram tiradas da varanda de uma casa e na Avenida António Augusto de Aguiar.

Esta foto foi tirada no Parque Eduardo VII

Esta foto foi tirada na Rua Castilho

O meu pai que morava em Alcântara lembra-se que morreram muitas pessoas de frio e pneumonia por esses dias e nos dias e semanas seguintes, nada que fosse digno de notícia pois a censura não deixava passar tais notícias.

Uma das pessoas que faleceu dois meses depois, em 3 de Abril de 1954, com pneumonia, foi o Dr. Aristides de Sousa Mendes, “a grosse Mensche” (um grande homem), que salvou milhares de vidas, e que viu a sua reabilitação diplomática dificultada pelo também provinciano e estrangeiro Cavaco Silva, tal facto deve-se unicamente ao Dr. Mário Soares (que o condecorou póstumamente em 1989 com a Ordem da Liberdade) e aos familiares e amigos (muitos Judeus e outros refugiados que salvou) do Cônsul.

O provincianismo que de novo tomou conta da minha amada Lisboa, não poderia ter maior premonição do que a neve que a atingiu em 29 de Janeiro passado, como curiosidade e com fotos do actual nevão existe este Blog: neve e frio, esperemos que não seja nada...apenas um facto natural...

2.06.2006

«Call for Papers»

«Call for Papers»
«A reforma do sistema eleitoral português (para a Assembleia da República)»

O Clube «Loja de Ideias» convida os interessados a submeterem propostas de comunicação sobre a «reforma do sistema eleitoral português (para a Assembleia da República)»; encorajando para o efeito novos investigadores, mestrandos, doutorandos e todos aqueles que, julgando ser possível melhorar o actual sistema, visualizem as suas soluções em forma de proposta concreta.
As propostas seleccionadas serão apresentadas publicamente, na Biblioteca-Museu República e Resistência, em Lisboa, nos dias 1 e 2 de Junho 2006.

Comissão Científica:
André Freire (ISCTE)
Andrès Malamud (CIES-ISCTE)
Carlos Jalali (U Aveiro)
Jorge Migueis (STAPE)
Jorge Miranda (FDL-UL)
Manuel Meirinho Martins (ISCSP)
Marina Costa Lobo (ICS-UL)
Pedro Magalhães (ICS-UL)
Pedro Tavares de Almeida (FCSH-UNL)
Comissão Organizadora
Clube «Loja de Ideias»:
Diogo Moreira
José Reis Santos

Data limite de entrega de propostas: 7 de Abril de 2006.
As propostas:
# Não devem ultrapassar os 30000 caracteres, em letra corpo 12, com espaçamento duplo.
# Devem-se fazer acompanhar por um sumário de 2 páginas.
# Incluir CV resumido + contactos: telefone e e-mail.
Envio de propostas: Clube «Loja de Ideias»lojadeideias@yahoo.com.br
Apresentação de resultados: 19 de Maio de 2006.
Júri avaliador:
Comissão Científica e Comissão Organizadora.
Informações:
Diogo Moreira – 96 2548876
José Reis Santos – 91 6665260
O Clube «Loja de Ideias» apresenta-se como uma iniciativa não partidária e não ideológica e tem como objectivos contribuir para a construção de novos espaços de debate e intervenção política, fora dos círculos institucionais, visando uma melhor articulação entre a sociedade civil e a sociedade política e partidária. Em suma, ambiciona acrescentar planos interpretativos que possam contribuir para melhorar a definição de espaços públicos, partindo do estudo das relações de quem neles intervêm e procurando aperfeiçoar a relação entre o cidadão e a Cidade.

As caricaturas – Entre a xenofobia, o radicalismo e a liberdade de opinião...

Sobre as caricaturas que se publicaram em vários jornais e diversos órgãos na Europa e sobre a reacção de alguns sectores do mundo islâmico tenho a dizer que.
O aparecimento das referidas caricaturas no Jyllands-Posten diário conservador Dinamarquês tinham tudo menos o objectivo da liberdade de expressão, tal diário é lido pela população conservadora e de extrema-direita da Dinamarca que é consensualmente contra a manutenção da Dinamarca na União Europeia e defende um isolacionismo e nacionalismo perigoso, até sob o ponto de vista Dinamarquês, por isso o objectivo claro destas caricaturas foi a ofensa directa a uma religião e provocar todos os crentes do Islão, querendo referir que os mesmos são todos terroristas, não obstante de a primeira publicação das mesmas remontar a Setembro, o facto de terem sido republicados por um jornal diário da mesma tendência conservadora, isolacionista e nacionalista na Noruega, gerou os verdadeiros actos de radicalismo que agora estamos a assistir.
E porquê Radicalismo e não Extremismo, porque e desde já esclareço, no Islão ou se leva a religião ao extremo ou então não se é Islâmico, ou seja não podem existir Islâmicos não praticantes, assim o exige a sua religião mas não obstante este facto podem existir formas mais ou menos radicais de encarar a sua prática, e isso é o que leva o aparecimento dos radicais islâmicos. E porque é que só depois de terem sido republicadas as caricaturas num jornal diário Norueguês é que se provocou esta celeuma, primeiro porque na Noruega existe uma comunidade Islâmica radical á muito radicada e que transmitiu esta indignação aos restantes movimentos e militantes radicais nos variados países árabes e depois porque surgiram uma conjugação de factores que potenciaram estes protestos. A recente eleição do Hamas e a sua não-aceitação pela União Europeia, enquanto governo legitimo para ser ajudado por esta (relembro-vos que a U.E. doa mais de 80% do orçamento da Autoridade Palestiniana), se não reconhecer Israel, renunciar á violência, aceitar os acordos já assinados e moderar a sua linha islamizadora radical, coisas que são difíceis de acontecer (mas não impossíveis ou improváveis), o facto de a União Europeia ter alinhado com a restante comunidade internacional no caso do problema nuclear do Irão e de ter veemente condenado as afirmações xenófobas e completamente absurdas do seu novo Presidente e da União Europeia ter internamente adoptado medidas mais eficientes e ter prendido ou forçado ao exílio radicais islâmicos e os seus movimentos (por isso é que muitos foram para a Noruega que não é da U.E.), são factores que levaram a que esta bandeira fosse erigida neste momento e não noutro. Por esse motivo os actos que assistimos são tudo menos inocentes, inserem-se numa campanha contestária com outros motivos por detrás, pois já foram, infelizmente diga-se passagem, publicadas coisas muito mais ofensivas em relação a Maomé e aos Islâmicos no sul de França por Comunas ligadas á Extrema-direita e á Frente Nacional e nem por isso a reacção foi tão violenta.
Quanto á Liberdade de expressão, é obvio que concordo que não deve ser um valor alienável na nossa sociedade é um valor e princípio básico nas nossas sociedades, e como tal deve ser equilibrada sem a xenofobia ou um antagonismo religioso que poderia ser evitado. Não obstante estes factos a demissão de um editor por publicar as referidas caricaturas só porque o proprietário é Islâmico pressupõe então que o Jornal em causa, o Le Soir, também utilize a mesma bitola quando se referem a matérias ideológicas que não sejam condicentes com o que defende o seu proprietário, tais atitudes são condenáveis e no mínimo esdrúxulas, para não dizer que são uma limitação intolerável da liberdade de imprensa e da autonomia redactorial que em França é um principio que nunca foi abandonado ou mitigado como cá. A publicação das caricaturas, não é a meu ver um acto de liberdade, como muitos parecem querer referir com o acto, mas tão só a multiplicação da ofensa, mas esses limites são determinados pela livre consciência de cada um e numa sociedade onde a liberdade de expressão existe, a liberdade de pensar diferente e de a expressar também existe e por esse motivo, respeito a sua publicação por quem tem essa opinião.
No fundo acabo por comungar da opinião emitida depois de uma reunião entre os representantes xiitas, sunitas e cristãos do Iraque, pedindo para que seja adoptado internacionalmente uma lei (eu defendo um tratado) internacional que proíba atentados aos valores religiosos, não obstante de a segunda parte do mesmo comunicado, que é o sancionamento dos referidos jornais que publicaram as referidas caricaturas, seja ridícula pois então os jornais islâmicos que as publicaram com o intuito de radicalizarem e provocarem ainda mais o seu publico, deveriam ser duplamente sancionados pois o fizeram (tal como os dois jornais inicialmente) mediante o objectivo da provocação do ódio entre as religiões.
A adesão a tais princípios, de não ofensa religiosa deve ser voluntária e não imposta, pois a liberdade de expressão bem como a separação entre o estado e a religião são princípios básicos de muitos mais países que defendem o contrário a esta opinião.